A Polícia Federal vai indiciar os manifestantes presos em flagrante na noite deste domingo (8) em Brasília por suspeita de crimes cometidos nos atos de vandalismo. Segundo fontes da PF, esse grupo será levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Até o momento, já são aproximadamente 1.500 detidos, de acordo com o ministro da Justiça Flávio Dino (foto) e com o Ministério Público Federal no Distrito Federal.
Dino disse também que já está com a relação de todas as pessoas que financiaram os veículos que chegaram em Brasília.
Devido ao grande número de detidos, o MPF no Distrito Federal pediu apoio a procuradores de outros Estados para as audiências de custódia ligadas a atos antidemocráticos.
“O apoio dos colegas será fundamental para dar celeridade às audiências nesse momento crítico e tão desafiador na história do país”, disse o procurador-chefe em exercício do MPF no DF, Pablo Coutinho Barreto, em nota.
A previsão é que as audiências, que serão realizadas de forma virtual, tenham início até terça-feira (10).
De acordo com o órgão, o pedido de colaboração foi acertado previamente com o procurador da investigação, Carlos Henrique Martins, e com o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Os manifestantes entraram na Esplanada dos Ministérios na tarde de domingo e invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF (Supremo Tribunal Federal), depredando as sedes dos Três Poderes na capital federal.
Os golpistas vieram na maioria do acampamento diante do Quartel-General do Exército em Brasília.
O vandalismo contra os prédios públicos levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a decretar a intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal.
Na decisão em que autorizou a retirada dos manifestantes do acampamento no QG do Exército, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, apontou para a o possibilidade de prática dos crimes de associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, incitação ao crime, ameaça e dano ao patrimônio público.
As forças de segurança conseguiram desocupar os locais invadidos na praça dos Três Poderes fazendo uso de muitas bombas de efeito moral e spray de pimenta.
Segundo o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), 44 pessoas foram detidas em flagrante pela Polícia Legislativa. Na noite de domingo, em torno de 200 pessoas já haviam sido presas pelos ataques contra a democracia.
Na manhã desta segunda-feira (9), a PM do Distrito Federal e a Polícia do Exército conduziram o esvaziamento da área do quartel-general do Exército.
A ideia da cúpula militar era pressionar bolsonaristas a se retirar do local de maneira pacífica, evitando confronto. Alguns golpistas, contudo, mostraram resistência. Um manifestante que xingava as forças de segurança foi detido.
(Com informações da Folha de S.Paulo)
Leia outras notícias no HojePR.