E esse calor que não passa? Outro dia eu li em algum lugar que ano passado, na mesma época, a temperatura estava abaixo dos 10 graus, e hoje estamos enfrentando um termômetro acima dos 30. O resumo desta situação é simples: não dá para pensar em outro vinho que não nos brancos ou rosés, nas sangrias, na cerveja ou nos drinks com bastante gelo, e muita água para hidratar. Não tem jeito, nesse calor o melhor negócio é se refrescar.
No feriado de 1⁰ de maio estive em Maringá para visitar alguns amigos e fui apresentando a um Gin “pé vermelho”. Isso mesmo, pessoal, temos um destilado “inglês” que é 100% paranaense. Ele é produzido às margens do Rio Ivaí, é o único do Brasil carbono negativo, e tem 6 diferentes sabores: o tradicional London Dry; Tangerina e Gengibre; Seriguela; Hibisco e Lichia; Framboesa e Limão; Abacaxi e Maracujá. Não tive tempo de experimentar todos, mas prometo que irei fazer isso ao longo deste ano. O preço é bastante honesto: 99 reais cada garrafa, e os sabores combinam perfeitamente com tudo. Ele tem uma loja virtual no Instagram @ivaigin. Experimentem, porque vocês não vão se arrepender.
Mas por falar em vinhos brancos eu aproveitei bastante essa semana quente e abafada para tomar alguns vinhos que estavam guardados na adega. Tomei vinhos de Portugal, Chile, Argentina, Moldávia e Alemanha. Não tomei nenhum francês porque não tinha nenhum. Esse é um aviso para os meus amigos: alguém aí tem um Petit Chablis ou um Chablis para compartilhar neste início de outono?
Tomei um vinho em Portugal e gostei tanto que trouxe um na mala e abri esta semana. Hoje em dia estou com o meu paladar bem mais adaptado aos vinhos brancos, já que a minha dificuldade era achar vinhos intensos e com corpo como os tintos. Fui explorando vinhos brancos com passagem por barrica, mais elaborados, que é o caso do Prova Régia, da Sogrape, o maior produtor de Portugal, feito na região de Bucelas, mais precisamente na Quinta da Romeira, no norte do país. Em uma tabela de classificação de 1 a 5, este vinho tem nota 3 em complexidade; nota 3 em corpo e nota 4 em fruta. Uma nonocasta Arinto, bastante potente. No copo, é extremamente brilhante, com tons de amarelo. No olfato, destaque para o pêssego, a nectarina e os aromas de jasmim, e na boca possui um final longo, mas com acidez equilibrada. A boa notícia é que a gente encontra este vinho no Brasil. É preciso pesquisar para encontrar um bom preço.
Para não deixar passar batido, abri um vinho argentino da Família Rutini. Foi uma das vinícolas que visitei quando fui conhecer Mendoza, amei o lugar, principalmente pela paixão que eles têm pelo trabalho que fazem. Para variar tomei um Chardonnay da região de Gualtallary, local de onde saem os vinhos mais bem pontuados da Argentina. Este branco da Rutini é muito especial, um vinho que é fermentado em barricas de carvalho e que ainda passam 9 meses em barricas sem tosta e de segundo uso, para evitar que a madeira tome conta do paladar. Um vinho com uma cor dourada e reflexos verdes, com bastante aroma de frutas e baunilha. Na boca, as frutas tropicais, como o maracujá, acabam se destacando. Gelado, na temperatura certa, ele estava perfeito.
Dicas da semana
1 – vinho branco argentino Rutini Chardonnay. Safra 2021. 100 % uva Chardonnay. 13% de teor alcoólico. No site da da Zahil por R$ 260,00;
2 – vinho branco português Prova Régia. Safra 2022. 100% uva Arinto. 13% de teor alcoólico. No site da Zahil por R$ 219,00.
Leia outras colunas do Alexandre Teixeira aqui.