A gente só lembra que a vida é bela e curta quando perdemos algo.
Isso é um fato, sem argumentos contrários e sem contestação. Deixamos boas oportunidades passarem por medo, por vergonha, por insegurança e outras tantas razões. A melhor desculpa é arranjar uma desculpa que pacifique nossa consciência e nosso coração. A verdade é que temos que valorizar o que está ao nosso lado, próximo de um abraço, de uma visita ou de uma mensagem de “wthasapp”. Nada pode estar tão perto que fique longe de tudo.
Feliz Páscoa, que segundo a Inteligência Artificial (IA), “é a vitória sobre a morte e a esperança de vida eterna”.
Essas datas como Natal e Páscoa trazem uma certa melancolia e uma tristeza. Lembrança do que vivemos ou do que deixamos de viver, por isso, quando o assunto é vinho, trago sempre uma frase que está estampada numa sacola de um loja de vinhos de Lisboa, “não guarde para amanhã o vinho que você pode beber hoje”.
Prometi que iria trazer uma dica de vinho português para combinar com o bacalhau da Sexta-Feira Santa. Para não trazer uma só, optei por trazer várias dicas que já passaram por está coluna. Talvez você tenha seguido a minha sugestão, comprado uma garrafa e guardado sua na adega. Se você ainda não tomou este vinho, a hora é agora.
Aqui estão quatro vinhos português que gostaria de indicar para este dia especial. Para você tomar em sequência e promover uma grande degustação em família.
O primeiro é o Mandriola de Lisboa, Safra 2021. Produzido pela Quinta da Aveleda, mix das uvas Fernão Pires e Moscatel Graúdo, um vinho com ótimo preço, considerado a melhor compra com selo “Best Buy”, (abaixo dos 100 gerais), e que vai agradar muito qualquer paladar presente à sua mesa.
Alguns degraus acima está o Conde D’Ervideira Safra 2021, produzido pela Sociedade Agrícola Ervideira no Alentejo, na zona de Vendinha. 100% uvas Antão Vaz, vinho que passa por barricas de carvalho húngaro, e que depois de engarrafado e lacrado com cera quente na rolha, suas caixas são submersas à 30 metros no Lago de Alqueveda para finalizar a sua maturação. Recomendo muito. O dono da vinícola montou uma importadora própria e por isso consegue colocar no mercado brasileiro um produto bastante acessível, com excelente custo benefício, ficando abaixo dos 200 reais.
No topo da escala está o Quinta do Paral Vinhas Velhas, Safra 2019, DOC Alentejo, produzido pela Vinícola Quinta do Paral em Vidigueira. Falei deste vinho aqui depois de uma degustação às cegas onde ele bateu o lendário Pera Manca. Isso mesmo o que vocês estão lendo, foi 4 x 0, entre o grupo que provou os dois vinhos sem saber quem era quem. Esse tipo de degustação é bem legal e sempre surpreendente. Vinho que passa 9 meses em barrica de carvalho francês, blend das uvas Antão Vaz e Perrum, com 13.5% de teor alcoólico. Seria a perfeição engarrafada se isso pudesse ser dito, é a “vitória sobre a morte”. Os enólogos Luís Leão e Maria Pica estão mais do que de parabéns. Se nos próximos meses pretendem ir a Portugal, vão para Vidigueira e se hospedem na propriedade para usufruirem de uma experiência única e especial.
Na finalizar nada melhor que um velho e bom Vinho do Porto. Se estiver fresco, excelente, mas se estiver na temperatura ambiente, está ótimo, de qualquer jeito, até “on the rocks”, essa bebida fica ótima para finalizar um almoço de Páscoa. O Quinta da Silveira, Old Port Wine, 10 anos. Produzido pela Quinta da Silveira, na região do Douro Superior, em Torre do Moncorvo, com as uvas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca, vinificado em lagar com piso à pé, e que passa 10 anos em barricas de carvalho antes de ser engarrafado. Quer coisa melhor para acompanhar a celebração da ressureição? E o melhor, um Vinho do Porto acompanha muito bem um chocolate. Feliz Páscoa.
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