A previsão de meteorologia falou em 11 graus de mínima para este final de semana, e mais uma frente fria que vai se prolongar por mais alguns dias. Apesar de gostar do calor, quando ouvi a notícia, comemorei bastante. Vou poder tomar uns bons tintos depois de meses apenas no vinho branco.
Num país tropical como o nosso não dá para você tomar um vinho tinto potente com 40 graus de temperatura do lado de fora. Conheço um pessoal que no calor coloca o ar condicionado no mínimo possível, deixa o ambiente um bom tempo esfriando, para depois entrar na sala de casaco para tomar um tinto. É muita sessão ou frescura, como você preferir.
Mas já que a frente fria deu o ar da sua graça vamos aos tintos porque “não guarde para amanhã o vinho que você pode beber hoje”. Essa é uma frase estampada numa sacola de pano de uma loja de vinhos de Lisboa que eu tenho aqui em casa. Aliás como eu tenho tralhas de vinho aqui em casa para desespero da minha esposa.
Se você prefere um tinto leve vá direto para as uvas Pinot Noir. É a uva que produz o vinho mais leve e delicado, com taninos suaves, que agrada a todo paladar. A pinot noir ficou mais famosa depois de um filme americano que se passa em Napa Valley na Califórnia.
Vou dar a dica de vinhos tintos que eu experimentei semana retrasada na degustação promovida pela Jigger Wines, que tem à frente a Flávia Ghignone, o André Gomes e o Rafael Ghignone.
Vamos começar por um espanhol excelente, o Pago de Carraovejas. Um blend de uvas onde se destaca a Tempranillo com 93%, acrescido de Cabernet Sauvignon com 4% e mais 3% de Merlot. Um vinho muito delicado, com colheita manual, realizada no mês de setembro, ao final do verão europeu. Um vinho com passagem por barricas de carvalho francês e americano por exatos 12 meses. Na taça ele tem um cor púrpura com muitas lágrimas escorrendo, aromas de frutas vermelhas e flores, e na boca bastante tostado por conta das barricas, mas com taninos equilibrados e um final persistente. Um vinho que dá vontade de você ir até a Espanha para experimentar os demais vinhos dessa vinícola.
Da Espanha para o Chile
Outro vinho muito bom que foi apresentado pela Jigger foi o Aresti Trisquel Series Cabernet Sauvignon. Um vinho moderno já que possui um teor alcoólico mais baixo que os tintos tradicionais. Um vinho que passa doze meses em barricas de carvalho francês e americano, sendo que 30% delas são de primeiro uso, o que acaba tirando aquele amadeirado do vinho de barricas, e deixando ele mais leve e suave. Um vinho que na taça de uma cor rubi bem forte, aromas de café, anis, ameixa e morango, e na boca um leve toque adocicado. O vinho acompanhou muito bem um queijo de cabra que estava sendo servido junto com a degustação.
Aproveitem o frio dos próximos dias. Saúde.
Dicas da semana
1 – vinho chileno Aresti Trisquel Séries Cabernet Sauvignon. Safra 2021. 12.5% de teor alcoólico. No site da Jigger por R$ 208,00
2 – vinho espanhol Pago de Carraovejas. Safra 2021. Blend de uvas. 15% de teor alcoólico. No site de Jigger por R$ 639,00
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Achei o texto muito bem escrito e envolvente! parecia que eu mesma estava apreciando o vinho!