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04/05/2024

Deixar respirar

respirar

Quando a gente começa a beber vinho é só sacar a rolha, colocar o líquido na taça e tomar. Depois dos primeiros cursos e aulas a gente escuta sobre a necessidade de deixar o vinho respirar um período antes de servir, colocar em decanter ou usar um bico aerador para ajudar no processo. Não são todos os vinhos que precisam passar por isso, aqueles vinhos mais simples dispensam essa “frescura”.

 

Mas por que deixar o vinho respirar? Os vinhos jovens e os mais elaboradoras e complexos possuem os famosos taninos, que com o contato com o oxigênio liberam os seus aromas e ampliam a percepção sobre o paladar. Esse processo é conhecido por “oxidação”.

 

Dias atrás passei por essa experiência da “oxidação”. Resolvi comprar um vinho italiano e um argentino. Foram duas garrafas de um italiano produzido em Castiglione Falletto, na região entre Turin e Génova, na propriedade Azienda Agrícola Sordo Giovanni. Apesar das minhas idas e vindas que fiz pela Itália, ainda não tive a oportunidade de passar por lá.

 

Escolhi o tinto Sordo Rapujè Langhe Rosso, safra 2018. Todo animado, abri o vinho e coloquei na taça. A primeira impressão não foi das melhores, não parecia nem de longe ser um blend de uvas e muitos menos com 12 meses da passagem por barrica de carvalho esloveno. Rapujè é um método de produção antigo, onde alguns cachos de uvas são deixados no pé por 2 semanas pós colheita.

 

Italiano Sordo usa o método Rapujè

 

Era hora do almoço, tomei um pouco, meia hora depois, usei a bombinha para tirar o ar da garrafa e deixei na bancada. À noite resolvi tomar mais um pouquinho e me deparei com um vinho completamente diferente. Saboroso, frutado, com bastante frutas vermelhas e cor intensa. Prova in loco de que deixar o vinho respirar ajuda a entregar um produto muito melhor.

 

Já o vinho argentino que passou pelo mesmo processo de “oxidação” foi ficando cada vez melhor com o passar das horas. Levei umas quarto horas para matar sozinho a garrafa deste CarinaE Prestige Safra 2013. Um blend de três uvas importantes e bem conhecidas e que passa por 18 meses estagiando em barricas de carvalho francês. Essa longa temporada garantiu a ele aromas de frutas maduras (passas), com notas de chocolate e caramelo. Extremamente elegante. Pena que só foram produzidas 2940 garrafas desta joia rara.

 

CarinaE Prestige safra 2013

 

Vale à pena deixar o vinho respirar. Faça um este em casa. Abra garrafa experimenta o primeiro gole, faça as sua anotações e repita a operação depois de meia hora ou 45 minutos. Veja se você notou alguma diferença. Sempre vale à pena experimentar e arriscar quando o assunto é vinho.

 

Dicas da semana

1 – Sordo Rapujè Langhe Rosso. Safra 2018. Blend das uvas Nebbiolo, Barbera e Dolcetto. 13.5% de teor alcoólico. Nas prateleiras do supermercado Festival a R$ 120,00

2 – CarinaE Pestige. Safra 2013. Blend das uvas Malbec, Cabernet Sauvignon e Syraz. 15% de teor alcóolico. Na loja da Balbino & Martins por R$ 235,00

 

Degustação vertical dos CarinaE

 

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