A grande vantagem do vinho é que você pode mudar de país ao sacar a rolha de uma garrafa. Depois de algumas colunas passeando por Portugal, o negócio é continuar experimentando e apurando o paladar. Quilômetros rodados sempre dão mais experiência ao motorista, no vinho não é diferente, por isso, está semana, fui dar uma volta pela Itália e saltei para a Argentina.
Verona e as belezas do Veneto
Estava com saudades da Vinitaly (a feira de vinhos de Verona) e fui atrás de um Amarone, mas não achei o que eu queria, então me abracei num Valpolicella Ripasso 2018 do produtor Americo Vespucci, e num Pio Cesare Barbera Alba safra 2020.
Valpolicella é a região onde se produz esse primeiro vinho. É belíssima, fica no norte da Itália, perto de Verona, no Vêneto. As três principais castas de uvas são a Molinara, Rondinella e Corvina Veronese. Ripasso em tese é um vinho mais bem elaborado e denso, já que ele utiliza uma parte das uvas retiradas das barricas que fazem a produção do Amarone. É como um vinho reserva, numa explicação bem mais simples e direta. Neste caso são densos e intensos, mas ao mesmo tempo leves. Cai bem no paladar e no clima do Brasil.
Mas no sul do nosso país, pelo tipo da nossa colonização, devemos sempre experimentar de tudo. E é no Piomente que são produzidos os Barbera e também os Dolcetto, Nebbiolo, Barbaresco e os famosos Barolo. A região também fica no norte da Itália no lado oposto de Verona e bem próximo de Milão. A Barbera é uma uva muito popular, a segunda mais plantada na Itália, que antigamente era associada aos vinhos mais simples, mas que com o passar dos anos ganhou status e o paladar do mundo. A Barbera acaba nos entregando um vinho mais ácido, claro, com taninos moderados, e aroma de cerejas vermelhas. O produtor Pio Cesare é um dos mais premiados da Itália e seus vinhos não são os mais baratos da prateleira.
No Paraná, muito se fala do contrabando ou descaminho, por conta disso os vinhos argentinos são populares. Mas é preciso tomar cuidado porque segundo informações tem muita coisa falsificada por aí. Por isso sempre que puder optar, escolha um comércio que seja legalizado. É mais seguro.
Mendoza…e a beleza da Cordilheira dos Andes
Na Argentina ocorreu uma sociedade entre a Catena Zapeta e a Domaines Barons de Rothschild, e nasceu em 1998 a Bodegas Caro, que fez o casamento da uva Malbec com a Cabernet Sauvignon. O vinho é o Amancaya, safra 2018, com 14.5% de teor alcoólico, 12 meses por barrica de carvalho, deixando na taça uma explosão de frutas com baunilha.
Vinhos diferentes, que cabem para todos os momentos.
As duas dica da semana são:
1 – Amancaya Bodegas Caro safra 2018. Este vinho tem em diversos locais, é fácil de encontrar. A Mistral é a importadora oficial onde ele é vendido a R$ 220,00
2 – Pio Cesare Barbera Alta safra 2020. No site da importadora Decanter o preço é de R$ 284,00
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