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Minha Portugal

19/05/2023

Neste mês de junho os vinhos portugueses vão estar em evidência no Brasil, através de dois eventos, um no Rio de Janeiro (dias 9 a 11) e outro em São Paulo (dias 15 a 17). Serão eventos comemorativos aos 10 anos da Vinhos de Portugal no Brasil. Uma entidade que promove os vinhos portugueses no nosso país. Infelizmente eles não vão passar por Curitiba, por isso se tiverem disponibilidade de viajar, vale cada centavo investido. Este ano a promessa é que serão mais de 80 produtores de todas as regiões, do Douro ao Alentejo.

 

Como eu sou cidadão português, vou puxar a sardinha para o meu lado, e nas próximas quatro colunas pretendo dar um passeio pelo país, começando com os vinhos açorianos.

 

Talvez seja a região mais inóspita que eu já conheci onde se produz vinhos, bons vinhos. A Região Autônoma dos Açores é um arquipélago formado por 9 ilhas. A ilha principal é a de São Miguel, onde fica o maior aeroporto. São duas horas e meia de vôo saindo de Lisboa. São ilhas vulcânicas e algumas delas em atividade até hoje, o que dá uma emoção especial ao passeio.

 

Vulcões inativos onde são produzidas as uvas dos Açores

 

A Ilha do Pico é onde se produzem os principais vinhos da região. Pela sua característica, são ilhas vulcânicas, solo negro basáltico, com muito ferro e enxofre, as uvas que ali melhor se adaptaram são as dos vinhos brancos. Ao todos são 33 variedades de uvas que se encontram espalhadas pelas ilhas, com destaque para: Verdelho, Arinto dos Açores, Terrantez do Pico e Boal. A produção de vinhos por ali começou no século 14, com o descobrimento das ilhas e a chegada dos primeiros colonizadores portugueses.

 

Como em toda a Europa, nos Açores são pequenas propriedades que fazem um vinho de baixa escala e únicos. Os vinhos dos Açores sofrem um pouco em competitividade por conta da logística. Precisam sair da ilha de navio ou avião, o que encarece o frete, também não se produz garrafas de vidro, que precisam ser importadas, por isso o preço na prateleira sempre é um pouco acima da concorrência, mas vale à pena experimentar quando seu encontra deles aqui no Brasil. São vinhos leves, de cores claras, frutados, excelentes para os tempos quentes e o verão.

 

O produtor Antonio Maçanita é uma exceção em escala e tamanho. Hoje, aos 42 anos, ele é o mais conhecido e premiado produtor dos Açores. Em 2016 ganhou o prêmio de enólogo do ano de Portugal e em 2018 o vinho “Vinha Centenária”, foi apontado como um dos melhores do país. Começou como apenas 32 hectares e hoje já tem mais de mil hectares que foram recuperados e estão produzindo. Em 2021 o seu vinho rosé, “Vinho dos Ultras”, foi escolhido o melhor de Portugal por uma revista especializada.

 

Enólogo Antonio Maçanita…a estrela do arquipélago

 

Dicas da semana

1 – Verdelho Original, vinho branco de Antonio Maçanita, safra 2019, 13% de teor alcóolico. 92 pontos na lista de Robert Parker. R$ 350,00 no site da EVINO

 

2 – Eruptio Terrantez do Pico, safra 2020. 12,5% de teor alcóolico. Apenas 3.300 garrafas produzidas. R$ 270,00 no site de curitibana Adega Brasil

 

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