Vou confessar para vocês que sou um seguidor dos grandes críticos internacionais de vinhos e também dos concursos que acabam premiando vinhos nas mais diversas regiões do mundo. A primeira razão é que a gente nunca vai chegar perto da quantidade de vinhos que eles já experimentaram e tomaram, além disso eles têm acessos a rótulos diferentes e produções especiais, e também porque eles facilitam a sua busca e escolha por novos vinhos. Ter alguém que já experimentou e qualificou, ajuda muito na hora de escolher.
É verdade que muitas vezes você vai experimentar um vinho que o crítico deu uma nota alta e você não entende a razão. Lembre sempre, vinho é paladar e cada um tem o seu, um vinho pode ser excelente para alguém e não cair no teu gosto, isso é normal. Nós brasileiros gostamos de fazer aquisições com referência, e os vinhos com pontuações ou prêmios destacados nos rótulos são um atrativo à mais na hora da compra. Visitei dezenas de produtores, e vi vinhos pontuados e premiados que não tinham essa informação no rótulo. Eles me perguntavam como fazer para vender mais no mercado brasileiro, eu respondia que era simples, bastava dizer ou mostrar todos os prêmios conquistados.
Por falar em prêmio, a Quinta das Senhoras, aquela vinícola portuguesa que a matriarca veio abrir fronteira no interior do Paraná, conquistou a medalha de outro com o seu tinto em Berlin, Alemanha. O Quinta das Senhoras DOC Beira Interior – Dona Maria de Deus Grande Reserva Safra 2019, foi o melhor tinto da sua categoria na 28ª edição do Berlin Wine Trophy. Um vinho que tem um preço justo, é uma pequena produção, que está conquistado o mundo com o seu DNA paranaense.
Quinta das Senhoras, vinho português com DNA paranaense
Outro prêmio que que se destacou na semana que passou foi o do crítico americano radicado em Hong Kong, James Suckling. Ele cravou 100 pontos no branco da Catena Zapata Adriana Wineyard White Bones Vino de Parcela Chardonnay Safra 2022. Um vinho novo e com bastante potencial de guarda. Segundo a ficha técnica da equipe de Suckling, que deu nota para 742 rótulos, este é um vinho mineral, onde se destacam as frutas verdes, cítricas e menta. Prometo que vou experimentar e no dia que conseguir venho aqui passar as minhas impressões.
Quem está na Argentina neste momento fazendo centenas de provas é o inglês Tim Atkin. Para mim o mais moderno dos críticos na atualidade, uma cara mais leve, sem tanta pompa, mas com um paladar extremamente apurado. Ele é uma apaixonado pelos vinhos do novo mundo. E já está fazendo as provas para o seu relatório de 2024. Uma das suas paradas foi na bodega El Inimigo, onde ela já deu um “spoiler” sobre o vinho branco Gran Enemigo Torrontes safra 2021, um espetáculo.
Tim Atkin é sua tradicional calça xadrez inglesa
As duas dicas desta semana vão ser dois vinhos brancos comprados no supermercado. Um italiano e outro espanhol. O italiano é produzido na região da Toscana, em Cetona. O inBianco, é um vinho que ganhou 96 pontos do crítico Luca Maroni. Ele é um branco fabricado a partir da uva Sangiovese. Na taça a cor amarela palha é o destaque. Tem aromas de cereja fresca e flor de laranjeira. Na boca é bastante mineral e com final intenso.
Visitei a Companhia Vinícola del Norte de España logo na sequência deles ganharem 100 pontos no Robert Parker com um tinto Gran Reserva Imperial. Depois desta visita sempre que encontro um vinho deles, e se tiver no bom preço, costumo comprar para experimentar porque tenho certeza de que vou encontrar coisa boa. Este foi o vinho BBB da temporada. Uma cor amarelo vibrante, com aromas de pera e maçã verde, na boca cítrico na medida certa e com lembranças de laranja. Excelente compra.
Dicas da semana
1 – vinho branco Cune Lorea Rioja Blanco. Safra 2022. 100% Viura. 13% de teor alcoólico. Na prateleira do supermercado Pão de Açúcar por R$ 56,00.
2 – vinho branco inBiancon Toscana IGT. Safra 2022. 100% Sangiovese. 12,5% de teor alcoólico. Na prateleira do supermercado Pão de Açúcar por R$ 126,00.
Leia outras colunas do Alexandre Teixeira aqui.
