Na coluna da semana passada falei sobre um vinho português que comprei numa das minhas viagens. Disse também que era possível comprar vinhos em Portugal e que eles eram entregues pelos correios, com impostos pagos e tudo mais. Recebi alguns questionamentos pedindo dicas de como fazer isso, vou explicar.
Em Portugal, uma loja de vinhos se chama Garrafeira. Lá ninguém fala Adega. Existem algumas muito bacanas em Lisboa, por exemplo, que costumo frequentar quando estou por lá. A mais famosa de todas é a Garrafeira Nacional (www.garrafeiranacional.com) eles têm diversas lojas, são grandes, com muitos vinhos e uma impressionante quantidade de vinhos fortificados, o famoso vinho do Porto. Quando você abre o site os preços já aparecem em reais e quando finalizar a compra você já vai ter o custo do transporte. Existe um limite de garrafas que você pode comprar, são 18 garrafas e um total de 12 litros, e dentro da cota dos mil dólares.
Eu gosto de visitar a Garrafeira Imperial (www.imperial.com), que fica no Principe Real, Rua Dom Pedro V número 44, ao lado do Miradouro de São Pedro de Alcântara. Durante o ano eles promovem diversas degustações com produtores portugueses e de outros países da Europa. Alguns vendedores são brasileiros, que possuem malas próprias para vinhos para até 12 garrafas, e o melhor, você pode pagar em reais, fazendo um PIX para a conta corrente deles aqui no Brasil. O desafio é não ficar muito empolgado e sair comprando. Eu aconselho a você ligar para eles e tirar todas as dúvidas sobre o envio para o outro lado do Oceano.
Vou lhes dizer que a cada dia que passa eu aprecio ainda mais os vinhos brancos. Acho que eles combinam com o nosso clima tropical. E também acho que para abrir os serviços gastronômicos, um branco ou espumante sempre cai bem. Experimentei num evento o Quinta das Senhoras. A história deste produtor é fantástica: a família migrou de Portugal para o Brasil; a matriarca, Dona Carolina, levou mudas na mala. Eles se instalaram no interior do Paraná e ajudaram na colonização de Marialva, cidade que levou o mesmo nome da terra que eles deixaram em Portugal. Plantaram uvas, prosperaram e depois voltaram para a terra natal com dinheiro no bolso para voltar a produzir nas terras que haviam abandonado. Hoje eles produzem brancos e tintos em apenas 10 hectares. É dos brancos, extremamente potente, com tons brilhantes e esverdeados, aromas de frutas cítricas e melão, e na boca um final bastante persistente. Recomendo.
Os produtores da Quinta das Senhoras…raízes paranaenses
Outro português que você encontra aqui no Brasil é o tinto Monte da Peceguina, produzido pela Herdade da Maladinha Nova, que fica na Albernoa, no distrito de Beja, na região do Alentejo. Um vinho intenso, com meses em barricas de carvalho, 18 no total, um blend onde a uva Touriga Nacional é o destaque. Um vinho intenso, com taninos fortes, que combinam muito bem com um belo cozido português.
Dicas da semana
1 – vinho tinto Monte da Peceguina. Safra 2018. Blend de Touring Nacional, Syrah, Aragonez, Alicante Boueschet e Cabernet Sauvignon. 14% de teor alcoólico. Na loja da Vino Nobile em Curitiba por R$ 240,00;
2 – vinho branco Quinta das Senhoras Grande Reserva. Safra 2019. Blend das uvas Viosinho e Gouveio. 14.55 de teor alcoólico. No site da vinícola por EU$ 13,56.
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