Um dia me perguntaram como eu aprendi alguns segredos dos vinhos. Respondi na lata: bebendo muito vinho. Você só passa a entender de vinho quando adquire “litragem”, é o mesmo que quilometragem se o assunto fosse carros. Perdi a conta de quantas garrafas eu já abri, e tempos atrás joguei fora aquela enorme coleção de rolhas, assustado com o volume que dinheiro que ali estava investido.
Além da “litragem” estudei o mundo de vinhos. Foi como fazer uma viagem ao redor do mundo. Descobri alguns dos segredos de centenas de variedades de uvas, o solo ou “terroir” onde elas são plantadas, o micro clima de cada região. De uns tempo para cá todas as minhas viagens são em busca de novos vinhos.
Além de viajar, fiz cursos e degustações, e nesse momento sou um sommelier em formação pela WSET (Wine & Sprit Education Trust de Londres). No Brasil essa escola é apresentada pela ENO Cultura de São Paulo, que além de cursos presenciais, tem cursos on-line, e algumas vezes por ano faz cursos em outras cidades do Brasil.
Prova de vinhos WSET na Eno Cultura em São Paulo
Mas eu comecei a achar que tinha jeito pelo vinho quando fiz o meu primeiro curso. Foram quatro aulas com o sommelier André Porto, de Curitiba. Foi através dele que peguei pela primeira vez uma caixa de aromas de vinhos, que abriu a minha mente para a infinidade de perfumes que são possíveis encontrar em cada garrafa de vinho depois de aberta e colocada na taça adequada. Vinho tem dessas coisas, a taça faz a diferença. A cada prova às cegas que o André fazia eu acabava acertando todos os aromas e sabores, e na maioria das vezes sempre apontava o melhor vinho daquela degustação.
Evento de provas de vinho em Portugal
Meus amigos também acabaram vendo que eu tinha um certo talento para o assunto, e sempre que havia um jantar, um evento ou comemoração, eu acabava sendo designado para escolher os vinhos. Sempre busquei pelo custo benefício, já que escolher vinho caro é fácil, mas só serve para dar status, nada mais.
Vinho bom é aquele que cabe no teu orçamento e você gosta. Vinho é paladar, e cada um tem o seu. Eu posso gostar de um tipo de vinho e você de outro. Você começa a experimentar os vinhos sem determinação ou origem, depois passa pelo Reservado, depois o Reserva, Gran Reserva, e assim por diante. Tem os vinhos que passam por barrica de carvalho por poucos meses, um ano, dois anos ou até três anos.
Feira Essência dos Vinhos no Palácio da Bolso, Porto – Portugal
Na próxima semana, dia 12 de maio, o chefe Marcos Fabio, da escola La Mia Cocina, de Curitiba, vai começar um curso de quatro aulas. Para quem quer iniciar no mundo dos vinhos é uma ótima oportunidade e não sai caro. Mas se você pretende entrar de cabeça nesse paraíso da enocultura, a primeira opção na capital curitibana é o curso do Centro Europeu. É uma formação profissional, certificada, e que leva seis meses de aulas, duas vezes por semana. Existem outras opções, cursos de dois anos de duração da Associação Brasileira de Sommeliers, mas isso já é outra história.
Sala pronta esperando os alunos do La Mia Cocina
Duas dicas de vinhos para essa semana
1 – o chileno Diablo, da Concha y Toro, importado no Brasil pela VCT, custa menos de 100 reais e você encontra nos principais supermercados e lojas especializadas
2 – o chileno Santa Ema Gran Reserva, importado pela Sonoma, e que você encontra nos supermercados Festval, também abaixo dos 100 reais na promoção leve 3 e pague 2.
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