Domingo Dia dos Pais. Data para comemorar as boas lembranças, as alegrias e também as tristezas. Muitos ainda têm o privilégio de poder contar com a presença física do seu pai, outros vão comemorar na saudosa memória. Dizem por aí que o movimento no comércio anda grande, com várias promoções. Entre camisetas, cuecas, meias e pijamas, tem também cervejas, cachaças e vinhos.
Durante estes dias apareceram diversas promoções e ofertas que podem ajudar a reabastecer a sua adega depois da passagem dos parentes. Parente é aquele que vai filar a boia na tua casa, não leva a bebida, mas leva a sobremesa, a tradicional torta de suspiro, nata e morango. O parente sempre tem sede e bebe muito, e não é apenas gasosa. Gosto de ganhar vinhos de presente, quando não ganho acabo me presenteando.
Perdi o meu pai em dezembro de 2019 aos 89 anos muito bem vividos. “Seu Bira” gostava de vinho. O néctar dos Deuses, como ele costumava repetir sempre. Gostava de um cabernet sauvignon de uma vinícola brasileira e de um vinho argentino chamado Don Valentin Lacrado, por que tinha um lacre de vela derretida na cor vermelha. Tem uma época que ele teve uma taça de estanho, tipo daquelas da Távola Redonda. O vinho acompanhado de um embutido, era tudo do que ele mais gostava.
Antes dele falecer, tive a oportunidade de poder abrir para ele quatro ícones do Mundo do Vinho: dois chilenos, um espanhol e outro argentino. Tomamos só nos dois. Um fazendo companhia para o outro. Momentos especiais merecem bebidas especiais. Não importa se é caro ou barato, se um acha bom e o outro ruim, o que é importante é não deixar passar o momento, porque o amanhã pode deixar de existir. No meu caso eternizei esses momentos na memória e também mandei enquadrar três garrafas que estão num lugar de destaque na adega de minha casa.
As boas memórias eternizadas em garrafas
A quarta garrafa foi uma que eu ganhei de presente, um Cateza Zapata, Estiba Reservada, safra 2006, garrafa número 00722. Uvas provenientes de Agrelo, uma região de Mendoza. Foi o último vinho que bebemos juntos antes dele adoecer. Hoje pra mim é praticamente impossível lembrar as características dessa garrafa, porque não anotei nada na época. Lembro apenas que foi muito denso e com taninos que eu nunca havia sentindo antes. Não é de hoje que eu acho o vinho argentino é muito bom.
O vinho argentino é muito bom
Poder partilhar com o seu pai um boa garrafa de vinho é tudo de bom. Celebrar sempre, esse é o meu lema. A vida é curta, breve e passa rápido demais. Muitos vezes deixamos o dia-a-dia consumir o tempo em família, mas quando o nosso tempo vai diminuindo, refletimos se estávamos certo em correr tanto e não ter tempo nem para convidar o nosso pai para tomar um vinho. Um brinde a todos os pais. Salut.
Dica os o Dia dos Pais
1 – vinho tinto Gheller. Gold Edition. Reserva. 100% Pinot Noir. Produzido pela vinícola Gheller em Guaporé, Rio Grande do Sul. 13% teor alcóolico. No e-commerce da própria vinícola por $ 80,00.
2 – vinho tinto Catena Zapata. Estiba Reservada. Cabernet Sauvignon.Cabernet Franc, Petit Verdot e Malbec. Safra 2016. 14% de teor alcóolico. No site da Importadora Mistral por $ 2.042,00.
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