Essa história de viajar atrás de bons vinhos é sempre uma delícia e um belo projeto para fazer à dois, ou entre um grupo de amigos tomadores de vinho. Nas últimas semanas falamos muito sobre a premiação das melhores vinícolas do mundo, e isso despertou o desejo de muita gente. Nas redes sociais foi possível ver um aumento expressivo no número de pessoas oferecendo passeios pelas mais diferentes regiões produtoras de vinhos.
Nas minhas primeiras viagens às vinícolas eu quase não planejava nada, ia pela intuição ou buscava jornais e revistas locais para ver o que acontecia naquele momento. Uma das minhas visitas ao Chile aconteceu na mesma data da divulgação da pontuação anual do crítico americano Robert Parker. Não me lembro de todos os vinhos chilenos naquela lista, mas lembro das matérias em TVs e jornais sobre a correria dos apaixonados por vinhos aos supermercados e lojas especializadas atrás dos vinhos pontuados.
Vinhos que recebem pontuação dos mais diversos especialistas, dobram ou triplicam de preço. Para os colecionadores isso é como descobrir uma mina de ouro. Lembro bem de um vinho que teve o seu preço multiplicado por 10 depois de um classificação nota 100. Para quem tem a Apple TV tenho uma excelente sugestão de uma série sobre vinhos chamada “Gotas Divinas”. Ela conta a história de um desses especialistas famosos que morre e deixa a sua adega para filha. Nessa adega está a história de vida dele através de vinhos dos mais diferentes lugares do mundo. Vinhos que ele provou e classificou. Vinhos de guarda que estão em uma mega adega, que mais tem cara de santuário. Não vou falar mais nada para não estragar o programa de quem pode assistir, especialmente se puder acompanhar com uma bela taça de vinho.
Pensando nesta série resolvi tomar a última garra de um vinho francês que eu comprei por conta de uma mega promoção. Estava muito barato e resolvi arriscar. Me dei bem. Se pudesse compraria caixas e mais caixas daquela safra e guardaria para o futuro ou tomando com amigos em jantares especiais. Baron de Lestac é um Bordeaux, da cidade de Blanquefort. Um vinho premiado, intenso, com bastante madeira apesar de passar apenas 6 meses em barrica. Muita tosta, baunilha. É excelente para acompanhar um pão, manteiga, embutidos e queijos. E o melhor de tudo é que ele já foi vendido por menos de 40 reais a garrafa. Se encontrar por ai, compre!
O barato e premiado Baron de Lestac
Mas se neste final de semana você quer prestigiar o Chile, a dica é a Vinícola VIK (foto de abertura) que conquistou a terceira colocação entre as Melhores Vinícolas do Mundo. Seus vinhos vem sendo pontuados com 96 pontos para cima ao longo dos últimos anos. Aqui no Brasil são famosos os vinhos da série La Pie Belle, que são garrafas completamente pintadas, reproduzindo obras de artistas plásticos. Se conseguir se jogue de cabeça no icônico VIK Millahue. Um super blend de 4 uvas, que passa quase dois anos em barricas de carvalho e quem possui um potencial de guarda de 15 a 20 anos. Esse é um exemplar de vinho que facilmente depois de todo esse tempo repousando em lugar adequado vai valer um pequena fortuna cada garrafa.
As garrafas da coleção La Piu Belle da Viña Vik
O VIK Millahue, um ícone chileno
Dicas de semana
1 – Vinho tinto Baron de Lestac. Produzido pela Vinícola Castel de Bordeaux, França. Safra 2020. Um blend de Merlot e Cabernet Sauvignon. 13.5% de teor alcoólico. Em sites especializados com preços variando entre R$ 120,00 e R$ 40,00.
2 – Vinho tinto VIK Millahue. Produzido pela Viña Via do Chile. Safra 2017. Blend de Cabernet Sauvignon (67%), Cabernet Franc (17%), Carmenere (14%) e Merlot (2%). 14% de teor alcoólico. No site da Sonoma por R$ 800,00
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