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Viva a Argentina (II)

21/07/2023

Semana passada comemoramos a vitória da Bodega Catena Zapata como a Mais Importante Vinícola do Mundo. Esta semana vale continuar olhando a lista e celebrando a vitória dos “nuestros hermanos”. No TOP 10 a Argentina colocou três propriedades. Além da Zapata, entraram a Bodegas Salentein em 9º e El Enemigo em 10º. Os chilenos emplacaram a VIK em 3º e a Montes em 7º. Das 10 primeiras posições cinco são sul-americanas. Na Europa dizem que as Américas são o Novo Mundo quando o assunto é vinho. Então, que Viva o Novo Mundo.

 

Eu não tenho uma explicação simples para este sucesso argentino. A gente tem que olhar desde a imigração, os italianos, espanhóis, alemães, judeus, uma gama de migrantes escolheu aquele país para chamar de seu depois das Grandes Guerras. Um refugiado sempre busca uma maneira de estar próximo da sua pátria, como no passado não havia Rede Social, era através da lavoura e da comida que as raízes com a terra mãe eram alimentadas. Tem muita vinícola antiga na Argentina, ainda nas mãos da família dos fundadores, mas a verdade é que existe muito dinheiro e tecnologia estrangeira dentro das vinhas de Mendoza e outras regiões do país.

 

Alejandro Vigil..o cérebro da El Enemigo

 

No final dos anos 90 e começo de 2000, numa das tantas crises econômicas por lá, era comum ouvir sobre a venda de áreas produtoras, sobre a possibilidade de arrendamento, ou aluguel temporário de parcelas, onde você financiava a produção de uma área específica e aquele lote se tornava seu, o seu vinho, onde você poderia inclusive criar o próprio rótulo. Os Estados Unidos sempre foram apaixonados pelos vinhos Malbec. O tipo de produção da Argentina, com vinhos com passagem por barricas e bastante alcoólicos, caiu no gosto dos americanos. Para a paixão virar um “bussines” com certeza foi depois de poucas garrafas. Os americanos não precisaram de muito tempo para identificar oportunidades de negócios, principalmente com o dólar supervalorizado diante de um peso argentino praticamente nanico.

 

A Vínicola Cobos é dos exemplos do que o dinheiro pode fazer quando existe vontade, condições boas de produção e muita tecnologia. O Bramare é um vinho que caiu no gosto do brasileiros. Em 1997 o americano Paul Hobbs, que já havia ganho duas vezes o prêmio de “Personalidade do Ano do Mundo do Vinho” da Wine Spectator, se juntou com os enólogos Andrea Marchiori e Luis Barraud, e com o capital “gringo”, e fundaram a Cobos. É um sucesso absoluto. O vinho Cocodrilo, por exemplo, foi produzido e pensado para o mercado americano. Era para ser um vinho de entrada, mas eles acertaram a mão, e as críticas foram tão positivas que ele acabou virando um vinho internacional e caro.

 

Paul Hobbs…um mago dos vinhos

 

A semana foi de frio intenso e garoa. Inverno tradicional que pede vinhos potentes como os da Argentina. Dizem que semana que vem a temperatura sobe, mas como é na semana que vem, vamos aproveitar e cair matando. Gosto de vinhos que passam por barrica. Sempre gostei daqueles com teor alcoólico superior. São vinhos que pedem um longo tempo para degustar, não dá para encher a taça e ir tomando, você não vai conseguir tirar do vinho aquilo que ele oferece, principalmente se for de uma destas quatro vinícolas argentinas que eu falei acima. Em todos os supermercados do Brasil é muito fácil encontrar os vinhos argentinos. Nas lojas especializadas também. Existem muitos sites e vendedores autónomos oferecendo pela internet. Não importa o lugar onde você vai comprar, mas olhe para o vinhos argentinos com outro olhar, ouse e experimente, quem sabe algum vinho argentino consegue te seduzir.

 

Dicas da semana

1 – vinho tinto Felino. Viña Cobos, Argentina. 100% Malbec, sendo 54% de uvas do Vale de Uco e 46% de Luján de Cuyo. Com passagem de 9 meses por barricas de carvalho e com teor alcoólico de 14.9%. No site da Importadora Sonoma por R$ 115,00

Felino…Vinho de entrada da Cobos

 

2 – vinho tinto El Enemigo Bonarda. Bodega El Enemigo, Argentina. Um blend com 85% de Bonarda e 15% de Cabernet Franc. Safra 2019. Teor alcoólico de 13.5%. Repousa por 15 meses na vinícola antes de sair para io Mercado. No site da Importadora Mistral por R$ 275,00

Pontuado El Enemigo Bonarda

 

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2 comentários em “Viva a Argentina (II)”

    1. Alexandre Teixeira

      Buenos Aires tem inúmeras lojas de vinhos e restaurantes…depende muito do lugar onde você vai ficar hospedado…eu gosto muito de Palermo, que é um bairro “cool”. Os supermercados também tem ótimos preços. A loja de Joaquim Alberdi pode ser uma boa opção..eu se fosse você não me prenderia sairá em busca de possibilidades.. só faça uma pesquisa antes sobre os vinhos que você quer tomar e sobre os preços para não ser surpreendido

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