Começamos mais uma corrida eleitoral. Curitiba vai eleger no dia 6 de outubro, em primeiro turno, ou no dia 27, no segundo turno, o prefeito que vai comandar a cidade pelos próximos quatro anos ou oito anos, se considerarmos a possibilidade real de reeleição.
Entrando no mês de maio teremos 90 dias de pré-campanha até a definição do cenário real em que ocorrerão as disputas.
As Convenções partidárias, entre o final de julho e início de agosto, devem definir e oficializar os candidatos, as coligações entre partidos e as chapas que vão concorrer aos cargos de Prefeito, Vice-prefeito e Vereadores de Curitiba em outubro.
A eleição deste ano pode ser uma das mais difíceis da capital dos últimos anos, com chance de disputa acirrada até o dia da votação.
Até o momento, entre os concorrentes, temos três ex-prefeitos (Luciano Ducci e Beto Richa de Curitiba e Luisão Goulart de Pinhais), com a possibilidade de um quarto, caso as conversas de bastidores se confirmem e a mudança de partido do ex-senador Roberto Requião o lance para disputa da Prefeitura da capital mais uma vez.
O quadro fica mais disputado porque também estão no páreo deputados, vereadores e profissionais que também já atuam na política local.
Será um grande desafio para os profissionais de marketing, nesta pré-campanha, mostrarem para os partidos, através dos resultados das pesquisas eleitorais, que seu candidato é melhor e terá mais chances na disputa em outubro.
Como na pré-campanha ainda não podem se apresentar como candidatos e pedir votos, o desempenho das candidaturas neste período depende muito da imagem construída até aqui, suas qualidades e realizações.
Vários fatores podem favorecer os candidatos mais conhecidos dos eleitores, como ter participado de uma ou mais campanhas eleitorais, ter ocupado cargos de destaque na política, ter mandatos no executivo, Municipal ou Estadual, obras e legado para apresentar.
Por outro lado, se a imagem anterior do candidato trouxer lembranças negativas, pode dificultar o trabalho da campanha. Uma rejeição alta pode limitar o crescimento.
A campanha começará de verdade em agosto, com a definição dos candidatos
As pesquisas realizadas e publicadas até o final de julho vão apresentar um resultado com base nas listas de pré-candidatos, ou seja, “prováveis” candidatos e cenários eleitorais, que podem mudar significativamente após as convenções partidárias e homologação dos candidatos oficiais.
A principal mudança na forma de fazer a campanha em agosto, será o início da Propaganda Eleitoral Gratuita nas TVs e rádios, que além de aumentar o interesse e a participação da população no processo eleitoral, traz o candidato para falar diretamente com o eleitor. Cada um terá a chance de se apresentar, falar sobre suas obras, suas competências, realizações e propostas.
A possibilidade de fazer campanha nas ruas e entrar várias vezes por dia em contato direto com os eleitores, nas suas casas, no seu trabalho no carro e onde o eleitor estiver, pode ser uma vantagem para alguns e um grande desafio para outros.
Ganham força os candidatos que se comunicam melhor através de mídia de massa (tvs, rádios e redes sociais).
Ser envolvente e convincente são características que nem todos dominam. Habilidades como empatia, falar a linguagem do seu público, olhar contundente, passar segurança, clareza na exposição de suas ideias e usar bem os recursos da mídia, podem ganhar muitos pontos na decisão do eleitor.
Da mesma forma, outros candidatos, podem perder muitos pontos conquistados anteriormente, exatamente pela dificuldade de comunicar e convencer a população de suas ideias e propostas.
Nós temos, entre os atuais pré-candidatos, alguns que são bons comunicadores, políticos experientes. Por outro lado, temos também alguns destes que já foram prejudicados em eleições anteriores exatamente por sua dificuldade de comunicação e vão exigir muito mais de seus assessores.
Será uma campanha curta, os candidatos e equipes de campanha, terão apenas dois meses, de 6 de agosto a 6 de outubro, para realizar o trabalho de convencimento do eleitor e conquistar votos.
Daqui até outubro vamos acompanhar as pesquisas divulgadas e os bastidores da campanha para fazer uma análise que ajude a entender os resultados do esforço de cada candidato na opinião da população e as mudanças que podem produzir na intenção de voto dos eleitores.
Para iniciar o acompanhamento da disputa deste ano veja o resultado da última pesquisa divulgada pelo HOJEPR.
As tabelas das duas perguntas abaixo (Intenção de Voto e a Rejeição) ilustra os desafios de cada candidato.
Um dado importante é que, apesar de terem nomes muito conhecidos e que já ganharam várias eleições e até já ocuparam cargos de Prefeito e Governador, nenhum candidato teve uma votação acima de 15%.
Os nomes avaliados com percentuais acima de 10%, foram o ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci (14,1%), o atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (13,1%), o deputado Ney Leprevost (12,5%), o ex-prefeito e ex-governador Beto Richa (11,7%) e o ex-deputado Deltan Dallagnol (10,8%).
Outro dado que chama a atenção é que na pergunta de intenção de voto (Em quem pretende votar?) o ex-governador Beto Richa está empatado tecnicamente com o primeiro colocado, Luciano Ducci, o que pode lhe colocar entre os fortes candidatos, porém na tabela de Rejeição (Em qual candidato “Não Votaria de Jeito Nenhum”), Beto Richa lidera com mais de 50% dos eleitores que dizem que não votariam nele de “Jeito Nenhum”, limitando muito o potencial de crescimento de sua candidatura.
Por isso uma boa análise é mais importante que os próprios números.
A pesquisa citada foi realizada pelo Instituto Opinião, ouviu 1.200 eleitores de Curitiba, entre os dias 17 e 19 de abril de 2024, e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número: TREPR 01622/2024.