Nasci em Curitiba em dezembro de 1952. Morávamos na rua Ângelo Sampaio, entre Al. D. Pedro II e Av. Batel. Bem na frente da nossa casa, morava uma prima-irmã de meu pai a quem eu chamava de tia, Laurinda Macedo Seiler Bettega, casada com o Eurico Bettega. Eles tinham um filho, Luizinho Bettega, alguns anos mais velho do que eu, que herdou de seu pai a paixão por carrões. E eles tinham vários.
Cresci vendo e admirando os carros dos primos. A tia Laurinda tinha um Pontiac 51/52, mas no início dos anos 60, ganhou um Chevrolet Impala O km, preto com o interior vermelho, placa número 8, que está com a família até hoje.
O Luizinho, por sua vez, trocava seus carros a cada tempo. Corvette 1957, Ford Thunderbird 1957- conversível, Ford Thunderbird conversível 1959, Mustang 1967, Interlagos Berlineta 1965, Maverick GT V-8 1974, além de outros carros como um Karmann Ghia azul marinho lindo. O Luizinho e seu filho (Luiz Fernando) conseguiram manter alguns destes carros até hoje e são colecionadores de raridades.
No final dos anos 50 e início dos anos 60, a nossa rua era muito tranquila. Calçamento de paralelepípedos, quase sem movimento de carros, as casas com muros baixos e portões permanentemente abertos. Eu e meus amigos brincávamos muito na rua. Jogávamos bets, futebol, andávamos de bicicleta, etc.
Mas eu sempre dava um jeitinho de ir até a casa dos primos para olhar os seus carros mais de perto. E era sempre bem-vindo, inclusive sendo convidado a dar uma voltinha na quadra a bordo de um dos carrões. O que eu mais gostava era o Thunderbird Conversível 1959, branco, com o interior vermelho, capota de lona elétrica, que me deixava fascinado.
Meu pai tinha uma perua Dodge 1951, único carro da família, mas que servia ao seu propósito. E depois ele teve muitos carros bons em sua vida, mas eram carros de uso diário, diferente dos carros luxuosos dos primos.
Com esta história, quero passar aos nossos leitores um pouco do que vivenciei na Curitiba dos anos 50/60 e do início da minha paixão por automóveis de todas as épocas.
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Show Professor ! Quantas raridades!