Meus queridos amigos, espero encontrá-los muito bem. Hoje é dia de mais uma temática incrível e com olhar especial para os processos internos da empresa e o impacto na sua saúde mental e emocional. Antes de tudo, vale ressaltar o quanto venho reforçando sobre os aspectos que mais afetam o desempenho e a sustentabilidade de uma organização, e não obstante, o quão despercebido é a relação direta entre a saúde mental dos funcionários e a sua eficiência na gestão dos seus processos internos.
Falhas nos processos, a falta de uma estrutura clara ou a ausência de estruturas organizacionais bem definidas podem ter um impacto profundo e negativo no bem-estar emocional e psicológico de colaboradores de todos os níveis hierárquicos.
A conexão entre processos ineficazes e saúde mental é um fenômeno que se manifesta em diferentes formas, afetando, de maneira direta ou indireta, desde os colaboradores da linha de produção até a média e alta gestão da empresa. Vamos analisar como isso acontece.
Para os colaboradores que atuam na linha de produção ou em funções operacionais, a ausência de processos bem definidos pode gerar um ambiente de caos e sobrecarga. Imagine um cenário em que não há clareza nas tarefas, falhas na comunicação ou mudanças frequentes nos objetivos sem uma explicação adequada. Isso cria um terreno fértil para o estresse, sensação de desorganização e ansiedade.
Um exemplo comum são as mudanças de última hora na produção, onde os funcionários são obrigados a correr contra o tempo sem o devido suporte ou clareza. Isso gera não apenas uma sobrecarga física, mas também uma pressão psicológica imensa. A sensação de estar sempre apagando incêndios, sem tempo para um planejamento adequado, pode levar a problemas de ansiedade, burnout e até depressão. Quando os processos não são claros, a insegurança sobre o que se espera do trabalho tende a aumentar, afetando diretamente a motivação e o bem-estar emocional.
Com a média e alta gestão não é diferente. A ausência de processos estruturados também tem um impacto considerável. Gerentes e supervisores que não dispõem de uma definição clara de suas funções, metas ou expectativas, podem experimentar altos níveis de estresse, enfrentando dificuldades para equilibrar a entrega de resultados com a manutenção de um ambiente saudável. Eles acabam sobrecarregados, muitas vezes com funções que vão além de suas competências, sem o devido suporte, o que gera insegurança e um constante sentimento de impotência.
Ainda sobre esse nível hierárquico e no que diz respeito a ausência de processos, um gestor pode ser responsável por uma equipe sem saber claramente qual é o papel de cada um ou o que a empresa espera deles. Sem um processo bem definido de delegação e acompanhamento, o líder pode começar a sentir o peso de ter que tomar decisões com base em informações incompletas. Esse cenário, frequentemente, leva a um aumento da pressão emocional e, em longo prazo, a um esgotamento mental. A falta de processos eficientes pode gerar também um desgaste nos relacionamentos dentro da equipe, já que as falhas na comunicação e na gestão de expectativas impactam diretamente no clima organizacional.
Ainda, os impactos mais severos da ausência de processos podem ser sentidos na cúpula mais estratégica da empresa. Quando olhamos para a alta gestão, as falhas nos processos não afetam apenas a produtividade e a motivação, mas também todo o direcionamento e crescimento da organização. Diretores e CEOs que lidam com um fluxo de informações confusas ou com processos organizacionais ineficazes enfrentam a constante tensão da incerteza. Em um ambiente corporativo onde não há clareza sobre responsabilidades, objetivos ou prazos, a tomada de decisões torna-se uma tarefa mais difícil e arriscada. O peso dessa incerteza pode levar a altos níveis de ansiedade, pressão constante e a sensação de estarem sempre lidando com “crises” evitáveis.
Em uma organização de maior porte, por exemplo, se um processo de auditoria ou de controle financeiro não é bem estruturado, os diretores podem ter que lidar com erros estratégicos que não seriam tão evidentes em um processo mais transparente. Essa falta de controle pode gerar um ciclo de estresse e incertezas, afetando não só a saúde mental, mas também a saúde física, com sinais de exaustão extrema, insônia e baixa imunidade. O impacto psicológico não se limita à carga de trabalho, mas à percepção de estar tomando decisões equivocadas, o que gera sentimento de culpa e frustração e consequente perdas financeiras e de reputação de marca.
Diante de todo contexto e pensando em um ambiente corporativo saudável e próspero, encerro nosso bate papo incentivando a busca de novos conceitos e aplicabilidade de uma gestão de processos mais eficaz. Sugiro também o uso da ferramenta Balanced Scorecard – BSC (mapa estratégico) como instrumento de maior previsibilidade das operações e como ação suprema, a importância de um pensamento estratégico antes mesmo de um planejamento estratégico.
Acredite… Uma cultura de processos alinhado a um ambiente saudável é sem dúvida premissa fundamental de sucesso.
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