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Estresse Auto-Induzido

23/10/2024

Às vezes me surpreendo comigo mesmo, tanto quanto você também devem se surpreender com você mesmo, com relação aos diálogos mentais que todos travamos diariamente. Quantas vezes você já se pegou discutindo com seus pensamentos sobre o possível resultado de uma ação? Muitas! A toda hora! É assim mesmo, não é?

A questão é o porquê nessas discussões temos uma tendência do viés negativo nas nossas conclusões? Não precisamos de inimigo. Nosso próprio pensamento se encarrega disso. A grande maioria de nós usa pensamento como munição contra si mesmo e o que é pior, sem se aperceber disso.

O grande Abrahan Linconl, um dos maiores presidentes dos EUA, dizia que o medo é o microscópio que aumenta o perigo. Nossos pensamentos vivem querendo nos deixar com medo. Do quê? Do futuro, sempre. Daí nossas ansiedades. Somos escravos da necessidade de anteciparmos o resultado de tudo o que vai acontecer, ou o que irão nos falar com relação a isto ou aquilo.

Pois bem, já que queremos antecipar o resultado das coisas, então que sejamos inteligentes e benevolentes conosco mesmos, acreditando que o melhor irá acontecer. Isso é uma proteção contra o estresse auto-induzido. Aquele que nós mesmos nos imputamos, cruel e covardemente por conta de nossos diálogos internos. Escravos de nossa mente inquieta. Um pensamento atrás do outro normalmente nos vitimizando e sofrendo as somatizações que tanto nos levam aos médicos. Após consulta e exames, com tudo normal, a conclusão óbvia, você está estressado.

O estresse é uma possibilidade real diária. Alta por sinal. Um filho que adoece, uma situação conflitante no relacionamento que insiste em perdurar, problemas no trabalho, carro que estraga etc…, são situações de estresse real, concreto, palpável. Porém, enfrentar o trânsito, que é uma queixa comum de estresse no meu consultório ,não é real e nem concreta, pois depende de como você a interpreta. Aí vem a identificação pessoal das situações estressantes, e como você esta programado para enfrentá-las. Muito diferente de uma doença com um filho por exemplo.

Um amigo meu me disse: “Em um engarrafamento no trânsito é a hora que consigo me desligar de tudo e relaxar”. Outro me disse: ”Quando pressinto a possibilidade de um engarrafamento já começa a me dar um desespero só de imaginar o tempo que vou ficar alí parado sem fazer nada”. É ou não interpretativo? Se eu acho que tal fato é estressante, vou internalizá-lo e reagir como tal, conseguindo piorar uma situação já ruim por si mesma. Entretanto se eu a interpreto diferentemente, trazendo a possibilidade de tirar proveito da mesma, não a internalizarei e reagirei com tranqüilidade, aproveitando o momento para mandar um whatsapp , escutar uma música ou apenas relaxar, mesmo sendo um congestionamento.

Imagine a qualidade de vida que que você poderia ter se conseguisse diminuir seu estresse auto-induzido, justamente aquele que depende da maneira como você interpreta as coisas e lida com seus pensamentos. Admitir que se esta estressado devido ao seu modo próprio de pensar é sem dúvida o começo para a mudança. Não é fácil, mas é possível.

Leia outras colunas do Edmilson Fabbri aqui.

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