O evento desta noite na sede da OAB/PR, promovido pela sua Comissão de Assuntos Culturais, dá sequência, a partir das 19h, ao festival Paulo Leminski, que celebra os 80 anos do poeta, romancista, ensaista, compositor, poliglota, professor, judoca, transgressor e agitador cultural – para ficarmos em um resumo de suas qualificações – falecido em 1989, aos 44 anos.
Leminski, o cachorro louco, merece as homenagens e muito mais. Sua passagem pelo planeta foi um acontecimento, um happening permanente. Como disse seu biógrafo, Toninho Vaz, conhecê-lo era equivalente a avistar um disco voador. Ninguém ficava imune à presença, ao carisma do polaco multitalentoso. Viveu aceleradamente, uns 88 anos em 44.
Os eventos leminskianos vão se suceder até o dia 27, com show de Paulo Leminski Neto, filho do poeta, no Sesc da Esquina. Em destaque, a Semana Literária do Sesc PR, no Museu Oscar Niemeyer, em que Leminski será celebrado, e um big show na Pedreira a que dá nome, com organização das suas filhas e presença de músicos expressivos como a Banda Blindagem, Paulinho Boca de Cantor (ex-Novos Baianos, que gravou Valeu e outras composições dele), a própria Estrela Leminski e seu marido Téo Ruiz.
Não só a cidade vai respirar Leminski, o interior do Paraná também. O poeta Rodrigo Garcia Lopes, autor de Foi Tudo Muito Súbito, ensaio sobre o poeta, vai percorrer diversas unidades do Sesc com palestras sobre sua obra.
Sinto falta, apenas, da presença de Toninho Vaz e Domingos Pelegrini, autores de dois livros seminais para o entendimento da vida e da obra de Paulo Leminski: a biografia O Bandido que Sabia Latim e Minhas Lembranças de Leminski. Acrescento à lista a professora Sandra Novaes, autora do livro recém-lançado Leminski – Biografia da Obra. Ocorre que as três herdeiras (aí incluída Alice Ruiz, mãe de Áurea e Estrela) têm diferenças com os dois primeiros autores, assim como com o enteado e meio-irmão. Uma lástima, embora essas situações sejam comuns nos espólios de grandes personalidades literárias.
De minha parte, estarei ao lado de Luiz Meister, hoje na OAB. O tema é Repara bem no que não digo, mas prometo dizer tudo o que sei dele, inclusive o fato de ter sido obrigado a comprar dois caixões para que fosse sepultado. Leminski era tão grande que não cabia apenas em um caixão ou houve outra questão envolvida? Quem assistir ao bate-papo saberá os detalhes dessa história macabra.
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