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FERNANDA-CABECA-COLUNA

Açúcar ou adoçante: qual escolher?

17/01/2025

A escolha entre açúcar e adoçante é um dilema para muitas pessoas que buscam uma alimentação mais saudável. Com tantas opções disponíveis, entender os impactos de cada uma no organismo pode ajudar a fazer escolhas mais conscientes.

Os adoçantes são frequentemente utilizados como alternativas ao açúcar, principalmente para quem deseja reduzir calorias ou controlar condições como o diabetes. No entanto, nem todos os adoçantes são benéficos para a saúde. Alguns estudos mais recentes mostram um possível impacto negativo dos adoçantes na composição bacteriana intestinal, aumentando inflamação e bactérias gram-negativas. Apesar disso, essas pesquisas ainda geram controvérsia, o que reforça a importância de moderação no consumo.

Entre os adoçantes mais conhecidos está o aspartame, a sucralose e a sacarina, que embora considerados seguros por agências reguladoras, têm sido alvo de pesquisas que sugerem possíveis impactos negativos na flora intestinal. O aspartame contém um álcool chamado metanol que, quando aquecido, se transforma em formaldeído, potencialmente prejudicial ao organismo. Já a sacarina, que é produzida a partir de tolueno e ácido cloro-sulfônico, derivados do petróleo, é considerada neurotóxica. Por outro lado, adoçantes naturais como o eritritol e o xilitol, apesar de serem opções mais naturais, podem causar desconfortos gastrointestinais e alterar a microbiota intestinal em algumas pessoas. Alternativas como a Stevia, extraída de uma planta, e a taumatina, extraída de uma fruta, são vistas como as opções mais seguras, pois não estão associadas a sintomas gastrointestinais e são consideradas naturais. No entanto, mesmo essas alternativas devem ser consumidas apenas quando há necessidade de restrição, considerando que os estudos ainda apresentam limitações.

O açúcar, por sua vez, é uma presença constante na alimentação e aparece em diversas formas, passando por diferentes níveis de processamento. Esse processamento influencia diretamente sua composição nutricional e seus efeitos no corpo. O açúcar refinado, produzido a partir do açúcar cristal, é submetido a um processo intenso de refinamento no qual aditivos químicos são adicionados, conferindo a cor branca e causando uma grande perda de nutrientes. Já o açúcar cristal, embora menos refinado, também perde grande parte de seus minerais e fibras durante o processamento. O açúcar light combina açúcar refinado com adoçantes artificiais, reduzindo as calorias, mas sem oferecer benefícios nutricionais. Em contrapartida, o açúcar mascavo não passa pelo refinamento químico e preserva pequenas quantidades de minerais como ferro e cálcio. O açúcar demerara, que não recebe aditivos químicos, mantém parte de seus nutrientes por não passar por tantos processos de refinamento. O açúcar de coco é uma alternativa interessante, pois contém fibras como a inulina, que ajudam a regular a glicose no sangue e proporcionam uma absorção mais lenta, evitando picos glicêmicos.

Como visto acima, o consumo moderado de açúcares menos processados, como o demerara ou o de coco, podem ser uma alternativa mais segura para a saúde intestinal em comparação aos adoçantes artificiais. Essa escolha, porém, deve ser acompanhada de uma reeducação alimentar, pois mesmo os açúcares menos processados devem ser consumidos com moderação.

Para reduzir o consumo de açúcar e adoçantes sem abrir mão do sabor, algumas estratégias práticas podem ser incorporadas no dia a dia. Utilizar frutas como banana e tâmara para adoçar preparos caseiros é uma alternativa simples e eficaz, além de fornecer fibras e nutrientes importantes. Especiarias como canela e baunilha também ajudam a realçar o sabor das receitas sem a necessidade de adoçantes adicionais. Reduzir gradativamente a quantidade de açúcar em bebidas e preparações permite que o paladar se adapte de forma natural a sabores menos doces. Beber chás naturais sem adoçar e priorizar alimentos in natura são hábitos fundamentais para diminuir a dependência de sabores artificiais.

Para escolher entre açúcar e adoçantes, é fundamental considerar a moderação e a qualidade dos produtos consumidos. Entender as particularidades de cada tipo e fazer ajustes na alimentação diária pode contribuir significativamente para a saúde a longo prazo.

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