A endometriose é uma condição ginecológica crônica caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, que afeta cerca de 10% das mulheres em idade fértil, causando inflamação, dores intensas e alterações hormonais. Durante o mês de março, conhecido como “Março Amarelo”, é importante reforçar a conscientização sobre essa condição e como pequenas mudanças na alimentação e o uso de suplementos podem auxiliar no seu controle, proporcionando mais qualidade de vida.
A alimentação exerce um papel fundamental na redução da inflamação associada à endometriose. Evitar ultraprocessados, carboidratos refinados, álcool, carne vermelha e o excesso de açúcar é essencial, pois esses alimentos agravam o processo inflamatório. Em contrapartida, apostar em uma dieta rica em fibras, vegetais, frutas, oleaginosas e alimentos antioxidantes ajuda a modular a inflamação e amenizar os sintomas. O consumo de fontes naturais de ômega 3, como salmão, sardinha, linhaça e chia, tem demonstrado efeitos positivos na redução da dor pélvica, podendo também ser utilizado com maior ação como suplementos encapsulados.
Além disso, o equilíbrio hormonal pode ser favorecido pelo consumo de vegetais crucíferos, como brócolis, couve-flor e repolho, ricos em compostos que auxiliam o metabolismo do estrogênio, reduzindo sua predominância, um fator comum na endometriose. Alimentos ricos em fibras, como aveia, quinoa e legumes, também contribuem para a regulação hormonal ao auxiliar na eliminação do excesso de estrogênio.
O uso de plantas medicinais também pode ser um aliado importante. Chás e extratos de plantas com propriedades anti-inflamatórias e analgésicas podem ajudar a amenizar os sintomas. A cúrcuma, por exemplo, é um anti-inflamatório natural que pode ser consumido na forma de tempero ou em chá diariamente. O gengibre auxilia na redução da dor e inchaço abdominal, enquanto o vitex agnus castus, uma planta amplamente estudada, atua na regulação hormonal, sendo especialmente benéfico para mulheres com ciclos irregulares e sintomas intensos. O consumo de chá verde também é indicado por suas propriedades antioxidantes, ajudando no controle da inflamação e diminuindo o desenvolvimento de lesões endometrióticas.
Para um suporte ainda mais completo, é essencial avaliar possíveis deficiências nutricionais comuns neste caso, como zinco, magnésio, ferro e vitaminas do complexo B, especialmente a B6, que contribui para o equilíbrio hormonal. A suplementação e o uso de plantas medicinais pode ser uma opção, desde que orientada por um profissional, garantindo um suporte adequado.
Junto com a alimentação, suplementação e fitoterapia, o manejo do estresse desempenha um papel crucial no controle da doença. O cortisol elevado pode agravar a inflamação e piorar os sintomas, tornando essencial adotar práticas que reduzam o impacto do estresse no organismo. Meditação, yoga e atividades físicas, como caminhada e pilates, são ótimas opções.
Manter o controle da endometriose envolve um conjunto de cuidados além do tratamento médico. Pequenas mudanças na rotina podem trazer grandes benefícios, e apostar em uma alimentação anti-inflamatória, controlar o peso, utilizar suplementos quando necessário e adotar práticas de controle do estresse são atitudes fundamentais para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Em março, mês de conscientização da endometriose, aproveite para olhar com mais atenção para sua saúde e buscar estratégias naturais para cuidar do corpo e da mente.
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