A queda de cabelo é uma preocupação comum, e muitas pessoas recorrem a procedimentos externos, como medicamentos tópicos, terapias a laser e shampoos antiqueda, na tentativa de conter o problema. Embora essas abordagens possam auxiliar na saúde capilar, elas tratam os sintomas de fora para dentro, sem corrigir diretamente as causas da queda. Em muitos casos, a raiz do problema está associada a deficiências nutricionais que comprometem o ciclo do folículo piloso e a renovação celular do bulbo capilar. No entanto, para obter resultados mais eficazes, é fundamental combinar tratamentos tópicos com uma avaliação nutricional completa para identificar e corrigir possíveis deficiências.
Essa relação entre nutrição e saúde capilar ocorre porque vitaminas, minerais e macronutrientes desempenham papéis essenciais no crescimento e na manutenção dos fios. A vitamina A, por exemplo, é necessária para a função imunológica e o crescimento celular, mas seu excesso pode contribuir para a queda capilar. As vitaminas do complexo B, como a biotina (B7), folato e vitamina B12, participam do metabolismo celular, sendo que sua deficiência pode afetar diretamente a vitalidade dos cabelos.
Além dessas, a vitamina C se destaca por sua potente ação antioxidante, fundamental para a produção de colágeno e a absorção do ferro, mineral essencial para o crescimento capilar. A deficiência de ferro, como ocorre na anemia ferropriva, compromete a oxigenação dos folículos capilares, tornando os fios mais frágeis e propensos à queda. Já a vitamina D tem sido amplamente estudada por sua influência no ciclo capilar, sendo sua suplementação benéfica para indivíduos com níveis insuficientes.
Junto ao ferro, outros minerais também exercem funções essenciais para a saúde dos cabelos. O zinco, por exemplo, participa da renovação celular do couro cabeludo e sua deficiência pode impactar a estrutura capilar. O selênio, por sua vez, é necessário para a síntese de proteínas e atua diretamente na pigmentação e resistência dos fios.
Diante dessas necessidades, a fitoterapia surge como uma importante aliada no fortalecimento capilar. O extrato de saw palmetto (Serenoa repens) auxilia na inibição da conversão da testosterona em DHT, hormônio ligado à alopecia androgenética. Outra planta interessante é o chá verde, nele contém polifenóis e catequinas com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, que ajudam a reduzir o estresse oxidativo no couro cabeludo e estimulam o crescimento dos fios. O óleo de abóbora também se destaca, pois seu alto teor de ácidos graxos e antioxidantes favorece o crescimento e a resistência capilar.
Além da nutrição, fatores como dietas restritivas e ingestão insuficiente de proteínas influenciam diretamente a saúde dos cabelos. A falta de calorias, proteínas ou nutrientes essenciais pode levar à queda dos fios e ao afinamento capilar. Além disso, garantir um consumo adequado de proteínas é essencial para a síntese de queratina, proteína estrutural dos fios, prevenindo tanto a queda quanto o afinamento capilar.
É importante lembrar que existem diferentes motivos para a queda de cabelo. Cada uma dessas condições requer estratégias específicas de tratamento, mas todas se beneficiam de um equilíbrio nutricional adequado. A alopecia androgenética, caracterizada pela miniaturização dos folículos devido à ação hormonal, é uma das mais comuns. O eflúvio telógeno ocorre quando um grande número de fios entra prematuramente na fase de queda, podendo ser causado por deficiências nutricionais, estresse ou alterações hormonais. Já a alopecia areata é uma condição autoimune em que o sistema imunológico ataca os folículos capilares, levando à queda repentina de cabelo em áreas específicas.
Por isso, a avaliação detalhada do tipo de alopecia e a identificação de possíveis carências nutricionais por meio de exames de sangue são fundamentais para um tratamento eficaz. Médicos e nutricionistas analisam os níveis de ferro, zinco, selênio, vitamina D, vitaminas do complexo B, proteínas e antioxidantes, ajustando a suplementação e a dieta conforme necessário. Além disso, a orientação de uma nutricionista especializada em fitoterapia pode ser um diferencial importante, pois permite a associação de fitoterápicos adequados para potencializar os efeitos do tratamento, tornando-o ainda mais eficaz e personalizado para cada caso.
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