HojePR

LOGO-HEADER-slogan-675-X-65

25/04/2024



Sem Categoria

Máquina Viva

 Máquina Viva

 

HISTÓRIA DA INDIA

Houve um guru hindu
De saco roxo
Falante sobre a brisa
Do amor e casamento
Sua voz foi do Peru
Às margens do Mar Morto
Pela estrada lisa
Das palavras ao vento
Disse: poeta é peixe cru
Se fazendo de bobo
Pra não ser fisgado pela musa
E em romance continuar vivendo
A Prosa é melhor a olho nu
Para um espírito frouxo
Encontrar sua dita cuja
E em tédio passar o tempo
Debaixo desta forte luz
Sozinho, velho e coxo
O poeta se recusa
A fugir do seu casamento

Sérgio Viralobos

 

FUTURO NEUTRO ÚTERO

Aonde quer que eu vá
Acende forte a Via Láctea
Faca, brote-me sangue
Espanque-me todos os ossos
Rasgue e em seu retalho plante
Uma raiz ardida nossa

Por onde quer que eu vá
Meu nome em sua mão
Antes, depois e ontem

Suzana Cano e Sérgio Viralobos

 

 

 

CEGO NO DESERTO

Deixe-me cego no deserto
Seguirei o sol pelo calor na pele
Deixe-me surdo no escuro
Seguirei o som pelo bater do pulso
Tire-me o norte e o som, o sul e o sol
Deixe-me como vim ao mundo
Deixe-me mudo
Nuvem cubra a estrela
Não quero ninguém por perto
Querida, já não posso vê-la

Deixe-me cego no deserto
Querida, já não posso vê-la
Não quero ninguém por perto
Nuvem cubra a estrela
Deixe-me como vim ao mundo
Deixe-me mudo
Tire-me o norte e o som, o sul e o sol
Seguirei o som pelo bater do pulso
Deixe-me surdo no escuro
Seguirei o sol pelo calor da pele
Deixe-me cego no deserto

Luiz Ferreira e Sérgio Viralobos

 

Leia outras colunas Frente Fria aqui.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *