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24/04/2024



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Três poemas para Curitiba

 Três poemas para Curitiba

NOVOS NEVADOS

O inverno de mil novecentos e setenta e cinco

Nos deixou comovidos como diabos

Foi como a lua furar o nosso zinco

E a neve entrar pelos buracos

Infelizmente morava em Brasília

Mas senti Curitiba pelo frio dos livros

Que meu avô enviou para a família

Eles gelaram meus dedos então benditos

Este mesmo avô pisou em flocos

E escorregou na nevasca mais bonita

Pra quebrar a cara e os óculos

Com as mãos nos bolsos em plena Boca Maldita

Sérgio Viralobos

 

 

AMASSANDO GEADA

Um dia, por um céu

Fundou-se uma cidade

Ninguém sabe disso

Mas é a pura verdade

 

Olhando para cima

É madrugada na estrada

Serenidade na cabeça

O orvalho da geada

 

O Céu de Curitiba

Às seis da tarde já mudou

É a tela de um filme

Que o universo acelerou

 

De manhã lápis-lazúli

De tarde, o chumbo derreteu

De noite, outra estação

A cara outra metade socorrendo

 

Só teu céu é que me explica

Tanta especificidade

A luz de Curitiba

É uma senhora com muitas vaidades

Sérgio Viralobos e Carlos Careqa

 

 

CIDADE DE NEBLINAS

Ser como eu sou

Pode não ser o melhor sentimento

Ouço logo pela manhã do meu espelho

Atravesso ruas em atropelo

Pra não ir ao meu show

Em palco aberto em pelo

Quatro esquinas de vento

Me moendo por dentro

Francisco Cardoso e Sérgio Viralobos

 

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