Sob os Plátanos do Monte Gianiccolo procuro em Jardins de Esquadros e Compassos a Flor de Acácia.
Dentre os frascos de cristais da Befana , o perfume de Alfazema.
Saudoso de Latino América vasculho, fragmentos de uma carta de Amor
Vinda de Buenos Aires manchada, com gotas de vinho mendocino.
AMOR ROMA
Ecoa-me no esôfago, estômago e pulmões fatigados a música de outrora.
Puro som que me aquece e cura, sob este tépido sol de verão.
Senoides de laser vagueiam em labirintos genéticos.
Músculos tecidos, veias e ossos dissecados, expostos ao Sol sobre tuas pedras milenares. Cretenses. Egípcias. Carrara. Romanas em Mármores Voluptuosos.
Respiro sôfrego o carmim em pó de minhas veias ressequidas. Sob a estátua equestre do Imperador Marco Aurélio.
AMOR ROMA
Ah! Esse odor ocre que emerge das catacumbas de Agripa e Nero.
Ah! Esse perfume de teus cabelos loiros, ausentes das minhas mãos.
Ah! Esses lábios de Vênus sorrindo-me, desde a Piazza Cavour até a Via del Trittone.
Ah! Essas notícias velhas que você não redigiu nas páginas do IL Corriere.
AMOR ROMA
Esses pés femininos que me esmagam entre as uvas nos tonéis do Quirinale.
Essas vulvas ardentes que me seduzem nos lupanares próximos ao Pantheon
Os lençóis, esses de puro linho do Nilo que nos enxaguam, após o banho nas Termas de Caracala.
As esculturas quase voláteis de Bernini na Villa Borghese que espargem, rios imensos na Piazza Navona .
Essas escadas confusas da Trinitá dei Monti com seus pintores falsos e turistas assustados comprando souvenirs chineses..
AMOR ROMA
A Cittá Aperta de Rosselini onde fotografo-me neo-realista-anônimo veneziano na Piazza Fellini. Quisera banhar-me na Fontana de Trevi.
Porém, permaneço aqui. Vejo no Centro Cívico um limpo Rio Belém.
Meu amigo Valencio Xavier disse-me que, hoje ainda, o Trem Serra Verde Express nos levará até outras montanhas do Império, até Pompéia, onde nas Termas do Imperador nos aguardam, nossas musas e as belas dançarinas eslavas e seus maravilhosos vinhos Tokai .
AMOR ROMA.
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