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GENNARO-CABECA-COLUNA

Ohhh…. pianista, procurei-te

09/05/2025

Nos azulejos da Igreja do Rosário. Nas galerias do Rio Belém. Em cada flor de Ipê Amarelo em todas as flores do Ipê Roxo.

Nas Araucárias da Praça Santos Andrade. Nos botões de sintonias das Rádios AM e FM. Nas lanternas laterais do Cine Astor.

Nas poltronas dos demais cinemas de rua. Procurei-te, sobretudo no Cine Passeio. Vasculhei-te, nos restos de pipocas e balas das bombonieres.

Muitas vezes nos Cafés da Boca Maldita.

Procurei -te nas coalhadas da Galeria Shaffer. Nas fontes da Rua XV e da Praça Osório. Sob as marquises do Edifício Asa. Nos Plátanos do Bosque do Papa. Procurei-te nas colunas coríntias do Frontão da Sede da UFPR.

Nos corredores cinzas e gris da Escola de Música e Belas Artes.

Inúmeras vezes, no Ônibus Azulão indo e vindo ao Centro Politécnico.

Procurei-te nas Arcadas, arcos e escadarias do Palazzo Garibaldi. Nas geometrias dos poderosos Palácios do Centro Cívico.

Procurei-te, no espelho d’água do Passeio Público vislumbrando você; uma Sereia entre as carpas coloridas. Nas bolsas e requebros das Prostitutas da Riachuelo.

Na Piscina do Colégio Estadual mergulhei a sua procura. Nos jardins requintados do BRDE. Nos cartazes do Movimento Estudantil. Nos murais do Poty na Praça 19 de Dezembro.

Nas esculturas e formas curvilíneas do Museu Oscar Niemayer. Nas pinturas modernistas de Alfredo Andersen e Guido Viaro. Nas minhas hachuras em tinta nanquim sobre o papel vegetal nas pranchetas do Atelier.

Nas perspectivas isométricas e aéreas que tracei com as canetas grafos e as réguas T. Estive a sua procura entre os nóias e drogados da Praça Tiradentes. Eles também noiados e próximos ao Cavalo Babão.

Procurei, nos nichos sacrossantos do entorno da Catedral Metropolitana onde vislumbrei-te nos vitrais multicoloridos. Procurei -te como um fantasma na Opera iluminado pelo Amigo Tamanduá no Guairão.

Adentrei ao alçapão da Orquestra Sinfônica. Procurei-te nas bambolinas.

No Café dos Estudantes pensei ter-lhe visto. Andei a procurar-te nas favelas da Vila Pinto e do Parolin estas que sonharamos urbanizar com as Rurbanas. Procurei nos tambores e atabaques afrobrasileiros dos terreiros do Cafundó.

Nas hélices das aeronaves do Aeroporto do Bacacheri. Nas turbinas dos Jatos do Aeroporto de São José dos Pinhais. No centro Espírita do Bacacheri perguntei ao Bakun por ti.

Estive no Templo das Musas e o Dario Vellozo disse-me, que você partiu para Atlântida! Procurei-te nos jardins da Sinagoga, perguntei aos Cabalistas, seu número ninguém sabe. Ninguém viu!

Na Mesquita da Rua Kellers vasculhei o Minarete. Procurei-te!….na Feirinha Dominical, inspecionando cada miçanga ou badulaques de cada barraca. Nada de Você.

Procurei…nas leituras ciganas das palmas das minhas mãos. Sim, nos trilhos brilhantes do Serra Verde Express. Nos ônibus da Rodoferroviária de Rubens Meister.

Nos telhados, portas e janelas dos Casarões de Santa Felicidade. Nas Hípicas entre os galopes matinais e entardeceres também no Jockey Club em todas as baias. Fui a sua procura entre os Jazigos dos cemitérios.

Em especial visitando os arredores do Túmulo da Maria Bueno. Procurei -te entre as multidões das torcidas do Athlético e Coxa. Na PUC do Manoel Coelho

Nas Estações de Tratamento de Água e Esgotos da Sanepar. Nas subestações elétricas da Copel.

Nas retas e curvas do Autódromo Internacional do Paraná, Belo Projeto do Saudoso Lolo Cornelsen. No Tribunal de Contas do Sanchotene e do Gandolfi

Nos lençóis róseos e de voal dos Bailes de Debutantes do Clube Curitibano e Graciosa.

Procurei-te no Bosque do Alemão fugindo da Bruxa Malvada e no Bosque do Papa. Sem rezar. No Hospital Pequeno Principe do Forte Netto.

Procurei-te no Hospital Nossa Senhora das Graças, obra do genial Elgson Ribeiro Gomes.

No Hospital Erasto Gaertner maravilhoso Centro de Saúde.

Procurei-te no Bacacheri. No Água Verde. Na Vila Guaira. No Alto da Quinze. No Bigorrilho. No Cabral até na Vila Pantanal etc e tal.

Procurei -te nas cores e pastéis e quentes, dos meus óleos, acrílicas e aquarelas. Procurei de norte a sul, leste a oeste nesta Urbe Curitiboca.

Encontrei-te…rósea, ígnea flor em jardim verdejante, sob o céu azul e iluminado de sol.

E neste teclado de piano, com um Samba de uma nota só. Quem irá teclar?

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