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29/04/2024



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E lá vem a seleção!

 E lá vem a seleção!

Meses atrás escrevi aqui que a vinda do Dorival Jr para o comando técnico do selecionado canarinho tende a trazer bons frutos. Ele é um profissional sério, com caráter. A seleção sempre foi o sonho de sua vida e fará de tudo para que seja um sonho realizado na plenitude.

 

Envolvido em um mar de lama que é a Confederação de Futebol do Brasil, parece ter feito escolhas corretas. Não se deixou levar, ao menos por enquanto, pelos interesses espúrios que cercam esse meio.

 

Mas notem que escrevi acima a palavra “tende”. Seleção brasileira é um envoltório de situações que pouquíssima gente conhece. Antigamente eram convocados os melhores jogadores, levados para a disputa e destes esperava-se que, com a qualidade técnica que cada um possuía, conseguissem fechar-se em um grupo. Esse grupo, contando com as condições individuais, teria sucesso. Tão simples quanto.

 

Mas estamos em 2024. Temos uma série de fatores que diretamente influenciam. Começando pelo mais básico: o material humano, a matéria prima do futebol, o jogador!

 

Somos há décadas arrogantes quando dizemos que produzimos os melhores jogadores do mundo. Balela! Produzimos em quantidade sim. Mas longe demais de produzirmos qualidade. Desafio os amigos leitores a citarem um brasileiro que, nas últimas décadas, tenha sido destaque absoluto no mundo, como lateral (de qualquer dos lados), como zagueiro, como meio campista ou como atacante?? Um só que se possa afirmar: é disparadamente o melhor de sua posição! Não há. Houve lampejos, mas nada consistente. Temos uma geração fraca tecnicamente e mentalmente.

 

O ponto acima é o mais gritante. Mas temos mais uma série de pontos que fazem com que não possamos ter a convicção que Dorival fará o selecionado ter destaque. Vou enumerar alguns aqui. Ingerência do órgão que deveria cuidar / zelar do produto futebol – CBF; pressão de imprensa (nem sempre preparada) que julga o trabalho sem qualquer repreensão pelos seus atos falhos; pressão absurda dos agentes de atletas que buscam valorizar o seu produto; calendário tosco que faz com que os atletas reúnam-se dias antes (muitos sem sequer se conhecerem pessoalmente) para jogar com selecionados preparados; atletas tratados como estrelas e que ainda não conquistaram nada em suas carreiras e que colocam o dinheiro (que já possuem bastante) acima das conquistas esportivas.

 

Deixo aqui minha torcida pelo Dorival. Até pelo carinho que tenho por ele e com o qual ele me tratou quando estivemos juntos. E sei que competência ele tem. Mas também, sabendo como “a banda toca”, tenho cuidado em expressar otimismo demais. Nosso País mostra a cada dia que “o sistema” destrói quem se destaca ou quem faz a coisa da maneira que “o sistema” não quer. Que o Dorival tenha a sapiência necessária para “navegar nesse mar” e conseguir levar o nosso futebol a lugar de destaque novamente. Hoje, precisamos nos esforçar para nos colocarmos ao menos entre as cinco potências desse esporte no mundo. Ficou a história. Ficaram bons momentos. Faltam projeções de futuro!

 

Sorte Dorival!

 

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