Fui hoje buscar a data em que escrevi a coluna “Não Há Milagre”. Foi em 14 de junho. Nessa data, sem qualquer palpite de como seria o final dos nossos campeonatos nacionais das séries A e B, estabeleci um critério que liga 3 componentes de maneira intrínseca: dinheiro + competência = desempenho.
Ontem acabou a série B. E na classificação final do campeonato, as 4 equipes que subiram tiveram exatamente os 3 componentes atrelados às suas colocações. Tiveram um ano em que o dinheiro não lhes faltou e seus orçamentos foram condizentes à competição que disputaram. Tiveram competência para acertar mais do que errar (pois no futebol nunca se acertará 100%). E o desempenho veio atrelado aos dois fatores acima.
Houve equipes que, dotadas de arrogância e/ou incompetência, tiveram dinheiro suficiente para fazer um torneio digno. Não fizeram devido ao fato dos 3 fatores terem que andar juntos. Dinheiro sozinho ajuda muito, mas não resolve por completo.
O campeonato da série A ainda não acabou. Mas já faço aqui um exercício de “futurologia”. Olhando a tabela hoje, tenho absoluta convicção que 4 equipes que perderão suas vagas não possuem a sinergia dos 3 fatores. Na série A o fator dinheiro é ainda mais impositivo; é necessário que se tenha mais qualidade e qualidade custa mais caro. Mas o fator competência também tem seu peso. E algumas equipes estão fazendo força descomunal para mostrar que são mais incompetentes que outras equipes com orçamentos muito abaixo do delas.
Parabéns aos que conquistaram suas vagas na série A. Agregarão algumas dezenas de milhões em seus cofres. E, desde, já busquem agregar a competência necessária para poder compensar a falta de isonomia orçamentária (mesmo tendo agregado muito dinheiro nos seus orçamentos para o próximo ano).
Aos 4 que ainda descerão para a B, o conselho é o mesmo. Perderão dezenas de milhões em seus orçamentos. Estarão numa disputa onde o dinheiro não é o maior diferencial. Precisarão agregar muita competência para retornar em 2026.
O tal “imponderável” que a imprensa e torcedores citam, não existe quando se fala em classificação final de campeonato de 38 rodadas. Em um ou outro jogo ele pode até aparecer. Mas nunca será ele o fator que levará a equipe para cima ou para baixo. Busquemos menos desculpas e mais pragmatismo. Responsabilidade orçamentária e competência, sempre refletirão em resultados condizentes em campeonatos que prezam pela regularidade.