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GLENN-CABECA-COLUNA

O valor dos campeonatos estaduais

15/01/2025

Estamos em 2025. Quando comecei a gostar muito de futebol estávamos aí pelo ano de 1985, talvez 1986. De lá para cá já se foram quase 40 anos.

Na década de 80 os campeonatos estaduais tinham valor. Era moralmente importante que o clube fosse campeão para demonstrar sua hegemonia local, a supremacia sobre os outros concorrentes regionais. Dinheiro pouco importava. O que importava era destacar-se nos seus domínios.

Naquela época o futebol não era nem sombra do que é hoje. Do negócio que é. Dos valores que são envolvidos. Das preparações necessárias para que cada atleta desempenhe. Dos montantes pagos aos atletas e seus representantes. Dos montantes recebidos pelos veículos transmissores dos jogos (sejam de quais plataformas forem).

O romantismo deu lugar ao business.

Fazendo análise única e exclusivamente racional, o que adianta ser campeão estadual tendo um prejuízo financeiro na casa de milhões de reais, correndo risco de lesionar atletas que custam verdadeiras fortunas e que podem fazer falta (se estiverem lesionados) em campeonatos que realmente tenham importância, acelerando o programa de condicionamento desses atletas devido ao calendário insano que o campeonato estadual propõe?

No futebol de hoje em dia, o campeonato estadual não faz mais sentido a não ser para manter algumas situações necessárias (políticas) às federações estaduais que sustentam a presidência da CBF. Eles existem por imposição do sistema, só por isso.

Claro que poderíamos usar a criatividade, a inteligência e a honestidade para montarmos um torneio com “aspirantes” onde o destaque de eventuais atletas das agremiações estaduais seria foco de “garimpo” principalmente para as equipes de maior expressão. Mas, infelizmente, esse sonho não é realizável pois bate de frente com muitos interesses.

Nível técnico baixo. Arbitragens ruins. Campos e estádios sem qualquer condição. Esse é o espelho de mais de 90% de tudo que vemos nos campeonatos estaduais brasileiros.

O futebol evoluiu para um produto de excelência. Como sempre falamos aqui é o maior produto de entretenimento do planeta. O que não evoluiu foi o pensamento viciado dos dirigentes que se apropriam dele para manter situações que já deveriam ter sido deixadas no passado.

Os estaduais já deveriam estar apenas nas lembranças de quem já está há mais tempo acompanhando o nosso esporte. Deveriam ser histórias que avôs estivessem contando para netos, que pais estivessem contando para seus filhos…

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