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Só R$ 200 milhões por ano por um patrocínio? Tão pouco eu não quero!

25/09/2024

Será que estou enlouquecendo? Fiquei biruta e estou rasgando dinheiro? Não… ainda não cheguei nesse estágio!

Negar R$ 200 milhões de receita líquida, sem entrega física de produtos ou serviços, apenas pela imagem de outra empresa poder ser atrelada à minha é privilégio de poucas empresas ou entidades no mundo.

Esse foi o montante aproximado negado pela nossa ilustre CBF no primeiro contato com a Nike para possível renovação de contrato de fornecimento de material esportivo à Seleção Brasileira.

Mais uma vez fica claro o motivo pelo qual vários cidadãos se agarram à dita Confederação e não querem sair de perto dela nunca. E também não querem que ela evolua e se profissionalize. O produto final é tão bom, tão chamativo, tão rentável, tão comercializável, que qualquer mudança nos processos decisórios internos pode causar “dificuldades” para que o sistema continue operando como opera há décadas.

Quem leu nosso bate-papo de semana passada, lembra que um único jogo proporcionou cerca de R$ 15 milhões em apenas 2 horas de comercialização de ingressos. Hoje damos mais uma mostra do rio de dinheiro que trafega nos corredores da CBF.

E, voltando ao tema inicial, lembro que a CBF rejeitou a quantia. E o motivo da rejeição é que há dois outros “players” interessados. Adidas e Puma. Ambos já sinalizaram com valores muito superiores aos que foram ofertados pela Nike no primeiro momento. Obviamente a manutenção do contrato com a gigante empresa norte americana é mais tranquila sob o ponto de vista comercial e operacional. Mas (e aqui uso de suposição amparada nos contatos que ainda possuo por lá), os números oferecidos terão que quadruplicar para estarem próximos aos números que o mercado está sinalizando. Ou seja, se a Nike quiser continuar emparceirada com a seleção canarinho, terá que ofertar algo em torno de 800 milhões por ano (ou 67 milhões por mês).

Lembrando que o contrato vence em 2026 apenas. Contudo, há cláusula que dá abertura para que qualquer fornecedor, que não seja o atual, comece a negociar a partir de janeiro de 2025. Ou seja, as cenas dos próximos capítulas estão logo aí à frente. Poucos meses até a definição. Imaginem aqui o quanto vale para algumas pessoas ter o “poder da caneta” em uma decisão desse porte?

É muito dinheiro. Na nossa concepção parece até ser um absurdo. Mas essas empresas só oferecem tal valor pois sabem que terão retorno sobre o produto. E, mundialmente falando, a Seleção Brasileira ainda tem uma imagem que vende muito. Tem um ar de “encanto” em muitos países.

Apesar do esforço contínuo dos dirigentes nacionais em apresentar um produto com evidente declínio de qualidade técnica, a magia da camisa amarela inebria, encanta, emociona. E, acima de todas as virtudes sentimentais, vende!

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