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13/05/2024

Textor tem razão?

textor

Esse ano completarei 52 anos. Desses 52, 40 deles frequentando estádios de futebol com muita assiduidade. Conheço vários pelo Brasil e também fora de nossa “terrinha”.

 

Além da presença física nos jogos, também costumo acompanhar toda a mídia especializada. Acompanho, mas não compro a opinião deles. Não acredito no viés de vários veículos e de vários profissionais. Isenção existe, mas não é privilégio de todos.

 

Desde sempre ouço (aqui e no exterior) que alguns jogos poderiam ter tido resultados diferentes. Nesse último final de semana aconteceu com o Real Madrid, inclusive. Há 40 anos a história se repete. Sempre há desconfiança, sempre há questionamentos.

 

O futebol possui, em sua essência, características que não fazem parte das ciências exatas. Há interpretação pessoal, há entendimentos distintos de situações análogas, há ambiente externo que retira a razão e inclui a paixão. E, cada vez mais, há o componente financeiro que faz com que todo o problema seja potencializado.

 

Eu tenho incontáveis casos em que me pergunto os motivos que levaram a esse ou aquele resultado. Me questiono se foi só o jogo ou houve algo a mais. A final da Copa do Brasil de 2012 (onde o torneio tinha um patrocinador máster vinculado ao clube que foi campeão), a Copa da Argentina em 1978 (com vários resultados no mínimo improváveis) são os dois casos maiores. Casos que ninguém nunca me convencerá.

 

Qualquer análise estatística (aí no campo das ciências exatas) mostrará que os erros/enganos tem maior impacto em resultados positivos para as equipes de maior porte. Ou alguém recorda de um pênalti, falta, impedimento, etc, que tenha tirado um título ou uma vaga de um clube gigante (no Brasil e fora)?

 

E o que Textor (título desse texto) tem com isso? Muito!

 

A sociedade americana, no geral, é “zilhões” de vezes mais organizada, honesta, seguidora de regras. E é regida pelo princípio do capitalismo. O americano é capitalista na essência, investe muito, espera sempre bons retornos. Não joga dinheiro fora. Em regra, não admite corrupção endêmica como princípio negocial.

 

Aí o Textor adquiriu um clube no Brasil. Muito maior no passado, mas ainda com expressão devido às glórias que conquistou lá atrás. Colocou e continua colocando muito dinheiro. Obviamente espera vender o clube mais à frente. Por muito mais do que colocou. Tenho absoluta convicção que ele viu, ouviu ou sentiu algo que não é normal para os princípios dele.

 

E para não ficar como nós (ao menos como eu, nos últimos 40 anos) só reclamando, ficando irritado e nada fazendo, ele foi lá e fez. Contratou agência europeia de nome Good Game. Essa empresa tem por finalidade averiguar casos suspeitos no esporte (não só no futebol).

 

É lógico que não encontrarão documentos. Não encontrarão papéis assinados. Mas mostraram evidências. Evidências concretas. Caminhos percorridos que são estranhos. Caminhos que não são habituais e que não tem fundamentação para serem seguidos. Os relatórios dessa agência, quando finalizados, tem um índice de 99% de correção. Só não mostram os 100% pois nenhum dos casos analisados possuem as assinaturas, os documentos como citado acima.

 

Recentes problemas que tivemos no Brasil, ligados a casas de aposta, intermediários e atletas mostram que nenhum desses elos nunca assinará nada. Os tratos são feitos e cumpridos no velho “fio do bigode”.

 

Não conheço o John Textor pessoalmente. Não tenho procuração para defender a Good Game.

 

Mas gostaria demais que ele, motivado pela obsessão que está em mostrar que o negócio que ele comprou no Brasil foi prejudicado, vá o mais fundo possível nessa jornada. Que nos dê a clareza de que não estamos sendo enganados. Se estivermos sendo, que esse processo pare, seja estancado.

 

Ganhar e perder faz parte. Mas todos precisam ter a certeza de que o jogo foi limpo, que o jogo foi jogado.

 

Leia outras colunas do Glenn Stenger aqui.

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