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Empreendedorismo Social: um assunto que todo empreendedor precisa saber

07/09/2023
social

Empreendedorismo social é um assunto que ganha mais atenção a cada ano. De acordo com o artigo “Empreendedorismo social e inovação social: uma análise bibliométrica”, ele surge com o intuito de possibilitar oportunidades e melhorias à nossa sociedade, solucionando problemas sociais recorrentes relacionados a grupos sociais, meio ambiente, saúde, educação e outros, através das empresas e ambientes corporativos. Este artigo conversa com outros que abordam o mesmo tema, e trazem um olhar do empreendedorismo social como um dos aspectos do empreendedorismo privado, que se diferem quando o assunto é o lucro. Enquanto o privado visa a lucratividade individual, o social objetiva benefícios para o coletivo.

 

Quando buscamos mais informações sobre o assunto, encontramos a figura do empreendedor Muhammad Yunus, um bengalês de 76 anos que levou mais visibilidade para o assunto através de ações para pessoas em extrema vulnerabilidade social, o que resultou em um prêmio Nobel. Para ele, a solução para a redução da pobreza e outros problemas, além da melhoria das condições de trabalho e ampliação de negócios economicamente sustentáveis, é através do incentivo da criatividade dos jovens nas universidades, com o propósito de construir mais empreendedores sociais a criarem oportunidades de trabalho. Ele ainda enfatiza: “Não chore por estar desempregado. Crie seu próprio mundo. Assim chegaremos a zero desemprego”.

 

No Brasil, nos deparamos com empresas que seguem os mesmos princípios de Yunus. A Ohquidea é uma startup de desenvolvimento humano com atuação em impacto socioambiental que promove causas e propósitos para evolução de cada indivíduo, facilitando a descoberta de seu potencial transformador ao abordar conceitos de empoderamento, empatia, acolhimento e adoção responsável. Para isso, plantas são utilizadas como ferramenta para encantar as pessoas de forma surpreendente. A empresa resgata orquídeas abandonadas pela perda de valor comercial no Brasil – em média 5 mil plantas ao mês são abandonadas – e as aplica em ações através de oficinas (Kokedama), valorização de árvores fixando-as no tronco e galhos ou em campanhas solidárias onde impulsionam arrecadações pela recompensa com essas plantas. É uma cadeia de ações sustentáveis que gera menor impacto ambiental e social, pois, cada planta resgatada representa, em carbono, o equivalente a no mínimo 100 cigarros que deixaram de ser fumados, além da redução de volume em aterros que poluiria solo, ar e lençol freático, e a empresa emite certificado de crédito de carbono em atividades de plantio de árvores e reflorestamentos. Além disso, a partir das plantas resgatadas, a iniciativa de inovação capacita pessoas em situação de vulnerabilidade da ONG Bibli – ASPA, que acolhe refugiados e outros imigrantes, gerando trabalho e renda pela venda das peças aos mercados de decoração e garden, caracterizando-a assim, como uma empresa de empreendedorismo social.

 

Diante disso, tornar-se um empreendedor social é fundamental para que as próximas gerações vivam em um contexto de menos desigualdade e mais qualidade de vida. Esse tipo de empreendedor busca soluções práticas para problemas reais que costumam ser vistos sem qualquer perspectiva por lideranças governamentais. O empreendedorismo social não deve ser visto apenas como soluções imediatas para o acesso à saúde e alimentação. O autor Augusto Cruz, no livro “Introdução ao ESG: meio ambiente, social e governança corporativa” lembra que “não basta, portanto, apoiar projetos sociais, distribuir cestas básicas ou atender demandas da comunidade, as empresas precisam ser um ambiente de oportunidades para pessoas de diferentes perfis.” Deixo então o seguinte questionamento: diante de um tema ainda tão complexo e que não resolverá todos os problemas da humanidade, qual é o nosso papel e o que estamos fazendo para colaborar ou destruir ainda mais a nossa sociedade?

 

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