Em cada clique, o fotógrafo está diante de uma escolha delicada: captar um só ponto de atenção ou permitir que a imagem flua entre múltiplas camadas de nitidez. Entre o foco único e o multifocal, há um entrelaçamento sutil, onde cada passo define o caminho pelo qual o observador será guiado, cada detalhe uma pulsação que decide o ritmo da narrativa visual.
O foco único, que utiliza uma abertura maior para criar uma profundidade de campo raso, destaca um único elemento enquanto desfoca o restante da cena. Essa técnica é ideal para retratos ou detalhes específicos que o fotógrafo deseja isolar. Ao manter apenas um ponto em nitidez, o foco único guia o olhar do observador diretamente para o protagonista da imagem, deixando o fundo como um suporte discreto.
O foco multifocal, por outro lado, mantém vários pontos da imagem nítidos e em destaque. Essa escolha é alcançada com uma abertura menor, ampliando a profundidade de campo e permitindo que todos os elementos da cena permaneçam em foco. O multifocal é perfeito para paisagens, cenas de rua e composições mais complexas, onde a ideia é proporcionar ao observador uma visão ampla e completa, incentivando-o a explorar cada detalhe da imagem.
Assim, a escolha entre o foco único e o multifocal vai além da técnica: é uma decisão de como a imagem será interpretada. O foco único enfatiza a simplicidade e o detalhe; o multifocal, a amplitude e a interação entre os elementos. Ao fazer essa escolha, o fotógrafo controla não só o que será visto, mas também como a história será contada. E aí leitor(a), já decidiu como prefere fazer as suas fotos?
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