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JAINE-CABECA-COLUNA

Fotografia expansiva

04/10/2024

A fotografia expansiva se destaca não apenas por capturar grandes cenários, mas também por explorar a complexidade das interações visuais dentro de uma única imagem. Ao considerar a teoria da imagem vasta, podemos entender melhor como a composição e o foco integral desempenham papeis cruciais na construção do significado e da experiência visual.

A ideia de uma “imagem vasta” remete à noção de que, em uma composição fotográfica, todos os elementos visuais têm potencial para contar uma história. Segundo os teóricos da imagem, como W.J.T. Mitchell, a imagem não é apenas um suporte visual, mas uma forma de comunicação rica em significados. Em uma fotografia expansiva, cada parte da cena — desde as montanhas distantes até os detalhes em primeiro plano — contribui para a narrativa geral.

A composição na fotografia expansiva deve considerar a distribuição do olhar. A utilização de técnicas como a regra dos terços, linhas de fuga e simetria ajuda a guiar o olhar do espectador através da imagem, incentivando-o a explorar todos os pontos da cena. Como sugere John Szarkowski, a fotografia é “uma arte da escolha”, e essa escolha deve incluir uma abordagem holística que valorize cada elemento da imagem.

O conceito de foco integral, em que todos os elementos da imagem estão em nitidez, é fundamental na fotografia expansiva. A profundidade de campo ampla permite que tanto o primeiro plano quanto o fundo sejam claramente visíveis, enfatizando a relação entre eles. Isso pode criar uma sensação de imersão, onde o espectador é convidado a explorar cada detalhe. O fotógrafo e teórico David Hockney argumenta que “uma imagem não é apenas o que está à vista; é também o que se sente e se imagina”, diz.

Uma imagem vasta provoca uma resposta mais interativa do espectador. Ao convidá-lo a explorar cada parte da cena, a fotografia não apenas captura um momento, mas também oferece uma experiência emocional e contemplativa. O filósofo Maurice Merleau-Ponty destaca que a percepção é sempre uma “experiência de mundo”, onde o observador é parte integrante da cena. Isso reforça a ideia de que cada ponto da imagem carrega um significado que contribui para a totalidade da experiência.

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