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KARLA-CABECA-COLUNA

A igreja sem líder

23/04/2025

Segunda-feira 21 de abril, às 07:30 perdemos o representante maior da igreja Católica.

Sim, a igreja perdeu seu administrador supremo, o Papa.

O papa para a igreja desempenha um papel central na liderança espiritual e administrativa da Igreja.

Na igreja temos funções administrativas, assim como em nossas empresas.

O papa além de ser responsável por guiar os católicos, ele supervisiona os “departamentos da igreja”, também conhecido como cúria. É ele quem nomeia representantes (bispos), promulga leis, políticas e diretrizes na igreja e assim como o presidente da empresa, ele representa a Igreja em eventos, e em todos os eventos sempre promove o diálogo e a paz.

O papa desempenha um papel importante na unidade da igreja. Sua liderança é fundamental para manter fiéis na igreja, assim como líderes e gestores das empresas que tem sob sua liderança pessoas e famílias trabalhando para seus negócios.

A gestão da igreja e a gestão de uma empresa possuem características distintas, mas é uma gestão muito importante em ambos os casos:

1. O objetivo principal de uma empresa é maximizar lucros e visa a saúde financeira, enquanto a igreja visa a missão de promover a fé. Ambos visam crescimento;

2. Ambas têm uma estrutura administrativa, com uma estrutura hierárquica, um grande organograma funcional com líderes e gestores com foco em orientar as atividades, organizar a empresa conforme as políticas, regras e cultura organizacional;

3. Na gestão de crises econômicas e sociais, existe a preocupação de tomar decisões baseadas nos fatos e acontecimentos, assim como ocorreu na gestão da covid-19. Ambos tiveram que se adaptar rapidamente ao novo cenário;

4. A visão estratégica é necessária em ambas as estruturas, baseados na realidade e com apoio de conselhos e dados financeiros e do mercado;

5. A avaliação de desempenho também acontece, porém nesse quesito existe uma similaridade no quesito gestão, enquanto a igreja faz a gestão de crescimento espiritual e número de fiéis a empresa precisa trabalhar com base em métricas financeiras e comerciais como a participação no mercado;

6. Pessoas. Na igreja as pessoas trabalham muito de forma voluntária, se doando aos ministérios de oração, liturgia e vocações enquanto que na empresa o foco está em contratação e retenção de talentos, trabalhando no crescimento e desenvolvimento profissional, mas ambas precisam aprender a tratar com pessoas de diferentes perfis e gerações. Talvez me arrisco a considerar que trazer fiéis e mantê-los no ministério pode ser um desafio maior;

7. Vem daí o desafio da gestão de conflitos internos. Conflitos entre fiéis e funcionários com doutrinas diferentes, questões morais sociais como o papel da mulher.

8. Referente a saúde mental, ambas têm o mesmo problema. Na igreja o Papa sempre enfatizou a importância do apoio espiritual, enquanto que nas empresas hoje já se tem uma lei que exige um cuidado especial nesse quesito, buscando implementar avaliações da saúde mental dos funcionários, promovendo ações de prevenção e acompanhamento.

Igreja e empresas, diferenças que se olhadas de forma administrativa refletem grandes similaridades entre as gestões. Ambas têm desafios e formas de gestão adaptadas a cultura organizacional, à gestão de pessoas, formas de gestão que visam objetivos específicos. Ambas precisam de uma liderança forte.

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