Muitas empresas evitam a contratação de cônjuges (casais em geral), algumas até proíbem esse tipo de contratação para evitar conflitos de interesse e protecionismos.
A contratação de casais é realmente complicada porque a empresa se sujeita a problemas de relacionamento e algumas vezes ao ter que demitir um, acaba por perder dois.
Mas e quando o relacionamento começa dentro da empresa?
Por mais que a empresa tenha suas políticas dificilmente alguém vai parar para analisá-las antes de se envolver com alguém, mas algumas empresas restringem drasticamente relacionamentos amorosos de seus colaboradores e o simples fato de um relacionamento começar, pode ser motivo para uma demissão.
Relacionamentos amorosos dentro do ambiente de trabalho podem acontecer.
O fato é que o relacionamento não pode afetar o desempenho ou a produtividade de um ou dos dois. A falta de foco pelo relacionamento não pode prejudicar a empresa.
Se os dois estão em posições hierárquicas diferentes ou se há uma relação de supervisão direta, o risco de conflitos de interesses é muito grande. Nesse caso podem começar a ocorrer promoções ou avaliação de desempenho injustas ou tendenciosas.
E se o relacionamento não der certo? O término do relacionamento pode ocasionar tensões, retaliações ou desconfortos para o ex-casal e para seus colegas.
O casal precisa ter claro que uma coisa não pode interferir na outra! Não dá para a empresa sofrer com discussões e conflitos pessoais como ciúmes dentro da empresa, o início de um relacionamento ou o término dele, não pode afetar o dia a dia da empresa.
A empresa precisa estar alerta a esses acontecimentos e sempre incentivar conversas claras sobre relacionamentos e como isso poderá interferir no ambiente de trabalho. Precisa ter um espaço para discutir questões de como evitar conflitos de interesse, manter a discrição e garantir que o relacionamento não prejudique a dinâmica da equipe ou o desempenho profissional de cada um.
Diretrizes que visem esse tipo de situação devem ser escritas e mais importante, devem ser constantemente divulgadas.
A empresa precisa ter um canal de comunicação através de seu RH e que deve:
1. Ter uma política clara sobre relacionamentos, assédios e discriminação e como proceder nesses casos;
2. Acompanhar os casos de relacionamento entre colaboradores e monitorar para que não ocorram conflitos de interesse e favoritismos;
3. Dar orientação sobre como lidar com o relacionamento dentro da empresa conforme as diretrizes;
4. Aconselhar sobre postura profissional;
5. Avaliar com muito cuidado, se trata-se mesmo de um relacionamento consensual ou se não é um caso de assédio ou discriminação no local de trabalho;
6. Dar treinamento regulares sobre conscientização, assédio e relacionamentos no local de trabalho;
7. Conscientizar os colaboradores sobre comportamentos apropriados, limites profissionais e as consequências de comportamentos inadequados;
8. Orientar supervisores e gerentes sobre como lidar com relacionamentos entre colegas;
9. Criar um canal de denúncia eficazes e confidenciais para que os colegas possam relatar preocupações ou violações de políticas relacionadas a relacionamentos no local de trabalho.
A empresa deve garantir um ambiente de trabalho saudável, seguro, inclusivo e produtivo, onde os relacionamentos entre colegas sejam gerenciados de maneira responsável e eficaz, sem prejudicar ninguém, nem o colaborador e nem os negócios da empresa.
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