Quem foi que queimou aquele sutiã em praça pública?
O ano 1968, o dia 07 de setembro, um grupo feminista dos Estados Unidos protestava contra o machismo, o racismo e a opressão sofrida pela mulher. O protesto contou com cerca de 200 manifestantes, que aproveitaram a popularidade de um concurso de Miss América.
Durante o concurso as mulheres gritavam por libertação em frente às câmeras da TV e para simbolizar a opressão fizeram o que chamaram de “lixeira da liberdade” e ali jogaram o que chamavam de opressores ou instrumentos de tortura: sapatos de saltos, maquiagens, espartilhos e revistas masculinas.
Uma das jovens jogou um sutiã.
Esse ato foi o suficiente para que a mídia colocasse na manchete do dia: “mulheres queimam sutiãs em protesto em praça pública”. Com isso conseguiu tirar o foco do protesto e ridicularizou a ação, mostrando que era um movimento sem noção, sem combate a uma grande causa.
Apesar da tentativa frustrada de acabar com o motivo do protesto, esse movimento foi o marco para as mulheres e proporcionou o surgimento de diversos grupos feministas e o nascimento do movimento de libertação das mulheres.
Com isso as mulheres passaram a se engajar politicamente, enquanto mulheres e trabalhadoras.
Fato é que hoje as mulheres estão no mercado de trabalho e muitas trabalham tanto quanto os homens ou até mais.
Sem nenhuma apologia ao feminismo, mas não podemos esquecer que as mulheres ainda são responsáveis pelos seus lares, são muitas vezes mães e são as responsáveis pela amamentação e pela educação de sua prole, mesmo que hoje a maioria dos homens sejam mais participativos nas tarefas de casa e na criação dos filhos.
As mulheres ainda enfrentam um mercado masculinizado. Ainda existem profissões que não tem muitas mulheres atuando. As cadeiras das universidades de engenharia mecânica ainda têm pouquíssimas mulheres.
Mulheres que optam pela maternidade continuam sofrendo preconceitos e acreditem o preconceito não vem somente dos homens. Ainda ouvimos frases perdidas do tipo: “a mulher que vira mãe não é a mais a mesma profissional” ou “ela seria promovida, mas resolveu engravidar”.
No mundo do empreendedorismo ainda são poucas, mas lentamente conseguem encontrar seu espaço, algumas mulheres ainda ganham a empresa dos maridos como forma de “passar tempo”.
Outras tornam-se o braço direito de seus maridos nos negócios. Outras vão em busca dos seus sonhos e abrem seus próprios negócios e os fazem prosperar.
Mas, quem foi aquela “louca” que queimou o sutiã em praça pública?
A revolução aconteceu a partir desse ato, mas esse já era um movimento inevitável pois a mulher queimando o sutiã ou não, iria se libertar e buscar seu lugar ao sol.
Dia 08/03, dia da mulher, essa data foi instituída pela ONU na década de 70.
Muitas são as histórias que motivam a criação do dia internacional da mulher, mas o fato é ao longo dos anos a mulher foi reconhecida e conquistou seu direito ao voto, redução do horário de trabalho e melhores salários.
Lindas, guerreiras, casadas ou solteiras, viúvas, imigrantes, recatadas e do lar, funcionárias ou empresárias, negras, pardas, ruivas, morenas, loiras, de cabelos longos ou curtos, lisos ou crespos, divertidas ou sérias, mães ou filhas, mas sempre inteligentes e multifuncionais, essas somos nós mulheres. Tudo podemos. Tudo que decidimos fazemos acontecer.
Ainda temos muito para conquistar, mas a verdade é que estamos sendo cada vez mais entendidas, acolhidas e valorizadas no mundo corporativo e dos negócios.
Parabéns para nós.
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Parabéns querida escreveu muito bem e nos representou exemplarmente
Feliz dia da mulher 🌻