Sabe aquela antiga crença de que quem tem mais de 35 anos já está velho para o mercado? Essa crença ainda existe! Você acredita? Só que agora a idade ajustou para “40 anos”.
Essa semana eu estava conversando com uma querida amiga que é gestora de RH e ela me contou que causou uma polêmica dentro da empresa ao abrir uma oportunidade para pessoas de 20 a 50 anos.
O envelhecimento é um processo natural, mas ainda hoje, quando a aposentadoria está mais tardia (62 anos para mulheres e 65 anos para homens) o mercado ainda não se adaptou a realidade de que as pessoas vão precisar ficar mais tempo no mercado de trabalho.
Acontece que isso é considerada uma forma de descriminação e essa atitude, já tem nome e chama etarismo.
O etarismo no mundo corporativo diz respeito a comentários maldosos e insultos relacionados a idade, a não promoção e cortes de funcionários maduros, ao preconceito referente a candidatos com mais de 40 anos.
Em muitos processos seletivos o etarismo não é declarado, mas quando o responsável pela vaga recebe um currículo e percebe que o candidato tem mais de 40 anos normalmente rejeita o currículo.
Empresas também deixam de promover colaboradores acima de 40 anos, pois não tem um plano de carreira para esses funcionários! E por que? Porque muitos acreditam que esse profissional não tem mais capacidade de se desenvolver e muito menos consegue enfrentar desafios.
Eu sempre acreditei na diversidade etária no ambiente de trabalho.
O equilíbrio entre profissionais jovens e os mais maduros só trazem benefícios para as empresas. De um lado uma geração tecnológica, do outro lado uma geração madura, que tem vivencia e inteligência emocional para tratar situações do dia a dia, essa junção traz visões complementares para tomada de decisões e resolução de problemas complexos. Quem ganha com isso? A empresa!
Mas o que precisa ser feito?
As empresas precisam criar cargos e funções para os colaboradores mais maduros, ter políticas que olhem para a diversidade etária mais madura. Os gestores juntamente com o departamento de Recursos Humanos – RH – precisam agir.
O que as empresas podem ganhar com essas mudanças?
Além de soluções mais assertivas que mesclam maturidade com a audácia do frescor da idade os colaboradores mais maduros permanecem mais tempo na empresa e isso diminui as taxas de rotatividade e consequentemente diminuem custos rescisórios e despesas com treinamento e contratação.
Outro ponto é que uma empresa que tem um time diversificado ganha em habilidades, experiencia e isso impulsiona a inovação, porque isso resulta em projetos mais ousados. Hoje empresas que investem em inclusão são vistas como inovadoras.
Fato é que a contratação de pessoas maduras sempre foi um tabu dentro das empresas, mas isso tem que mudar, de um lado a aposentadoria cada vez mais tardia, do outro lado o aumento da expectativa de vida.
Hoje sabemos que colaboradores com mais de 40 são de uma geração que aprendeu a se adaptar à tecnologia. Essa geração não só consegue se adaptar às inovações tecnológicas, mas também é uma geração que comprovadamente é produtiva e colaborativa, que coopera para um bom ambiente de trabalho, tem postura profissional, é comprometida com metas e objetivos da empresa e podem trabalhar em qualquer ocupação.
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