Sabe aquele funcionário que não entrega mais o que entregava antes? Aquele colaborador que estão fisicamente na empresa, mas emocionalmente estão em outro lugar?
Isso é o que chamamos hoje de “quiet quitting” ou desistência silenciosa. O colaborador desiste de tudo, não tem mais ânimo de trabalhar, mas não pede demissão claramente, eles ficam esperando que a empresa tome atitude.
Mas e por que isso acontece?
Muitos são os motivos e muitas vezes são mais de um motivo.
A falta de reconhecimento pode começar o processo. Sabe aquele funcionário que faz tudo certo e só é notado quando deixa de fazer? Muitas vezes quando isso acontece já pode ser tarde demais, o colaborador já pode estar deixando a empresa.
Colaboradores sobrecarregados também podem ser candidatos a demissão silenciosa. Normalmente aquele colaborador que resolve tudo o que cai nas mãos dele, aquele que acaba recebendo mais funções do que aguenta e sendo ele sempre “muito solícito” não sente que está sobrecarregado e acaba por cansar, principalmente quando percebe que os colegas podem estar com menos responsabilidades que ele e ainda ganhando mais remuneração que ele.
Problemas de relacionamento também são um grande motivo para demissão silenciosa. Às vezes acontece de o gestor proteger alguns da equipe e esquece dos demais. E como evitar o “poço de orgulho” criado pelo próprio gestor? Muitos não aguentam e começam a desanimar.
Todos esses motivos juntos ou separados criam a “bola de ferro” que fica presa nos pés dos funcionários e os desmotiva. Sabe aquele colaborador que vai trabalhar parece que está se arrastando? É a “bola de ferro”.
Para a empresa a perda da produtividade, o clima pesado de trabalho e a queda nos resultados são as maiores consequências da demissão silenciosa. A empresa sofre com a rotatividade de colaboradores e a perda de talentos!
E como evitar isso?
A empresa precisa cuidar de seus funcionários, lá vou eu falar de novo da figura do RH (recursos humanos). O olhar humanitário do gestor é importantíssimo para prevenir esse tipo de situação.
Práticas de feedback e canais de comunicação devem ser abertos e facilitados. Colaborador e gestor devem conversar, de um lado o colaborador expor o que sente, do outro lado o gestor falando o que a empresa espera dele. Importante: sem retaliações.
Ter um ambiente colaborativo, saudável e produtivo. Uma empresa que investe em treinamento e desenvolvimento, oferece oportunidades de crescimento profissional, com promoções baseadas em mérito, isso promove o crescimento de todos e impacta diretamente no resultado do negócio. Gestão.
Gestão estratégica inclui olhar para seus colaboradores. Empresas quebram por falta de gestão.
A liderança tem um importante papel na prevenção do “quiet quitting”. Os líderes precisam olhar para seus colaboradores.
A demissão silenciosa é um desafio e é um tema que precisa ser abordado pelas empresas. De nada vale o esforço de planos estratégicos de crescimento se não tem as pessoas certas para fazer esse plano acontecer.
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