O empreendedorismo está na gênese de toda Nação que alcançou patamares elevados de desenvolvimento social e econômico. Ele pode até mudar suas características, por conta das mutações tecnológicas e comportamentais, mas sempre foi um motor relevante de propulsão em direção aos objetivos mais elevados. Qualquer País que deseje seriamente progredir, precisa fomentar a cultura empreendedora. E é, nesse sentido, que traremos algumas considerações.
Como empresário do setor de Tecnologia da Informação, vivenciei muitos episódios de aprendizado sobre esse tema. Situações inspiradoras em que o Estado exerceu sua influência positiva para o florescer de empreendimentos que transformaram realidades, mas também casos decepcionantes em que empreendedores potenciais foram sufocados pela incapacidade desse mesmo Estado de compreender seu real papel. Tivemos avanços, sim, mas muito acanhados diante de todo o potencial e diria até mesmo de toda a necessidade.
O fato é que o Brasil precisa de empreendedores, qualquer que seja o partido que esteja no poder. É fundamental essa clareza que talvez para muitos pareça óbvia. Nós necessitamos, dentro daquele projeto de País que tanto temos falado, colocar o empreendedorismo numa estruturação robusta de avanços. Mas isso, desejamos reforçar, precisa efetivamente ser parte de um projeto de País, muito acima das pequenezas partidárias e pessoalizadas.
Está na hora de deixarmos de colocar energia estatal em temas que são próprios da escolha individual e do núcleo familiar. Precisamos que essa energia seja direcionada para questões edificantes e que se conectam de fato com o que cabe a um governo. E faço essa ponderação olhando para o passado e para o presente, pois nosso Estado tem sido extremamente ultrapassado, além de inchado, e não é de hoje. E nesse contexto o empreendedorismo fica subutilizado na construção de uma Nação próspera, que imaginamos ser o desejo de todos.
Para ampliar nossa reflexão, hoje temos uma clara prática de maiores salários presentes no poder público: executivo, legislativo e judiciário! Remunerações que são custeadas pelos empreendedores que pagam impostos, afinal, o Estado é improdutivo e só existe, pois, tira de todos nós. O ideal seria uma reforma total disso, com uma forte mudança de conceitos e práticas. Mas, diante de uma possível falta de compreensão, provocamos o governo a pensar em si próprio, mesmo que nesse modelo retrógrado.
Bem, quando um governo estimula o aumento da máquina precisará de mais impostos, logo mais empreendedores. Quando o governo desestimula o empreendedorismo está atirando no próprio pé. Ou seja, se o foco em ter um País próspero for insuficiente, que o governo pense em si mesmo, no sentido de manter o Estado em pé. Quem sabe seja o primeiro passo para uma mudança para clarear a visão dos burocratas e politiqueiros para a grande transformação que precisamos, principalmente de projeto de país.
Vamos para mais uma provocação: queremos que nossos entes sejam funcionários públicos? De onde virão os recursos que custearão seus salários? Até quando o empreendedor seguirá no Brasil sem o ambiente necessário e um real olhar para seu fomento? Como vamos ter um País melhor com velhas práticas e sem um planejamento estratégico? São perguntas importantes, com respostas ainda mais fundamentais. Esse debate precisa sempre ser feito, mas que possa sair das nossas reflexões para uma ação efetiva. Para isso, precisamos olhar com atenção para o Legislativo, escolhendo melhor os que lá estão, pois está no Parlamento uma absurda capacidade de gerar mudanças de progresso e desenvolvimento. Claro que também escolhendo com responsabilidade o Executivo!
Enfim, caro (a) leitor (a), finalizo buscando compreender sua visão sobre o tema. Procuro sempre esta oportunidade de diálogo, pois creio que refletindo e conversando, evoluímos e ficamos mais preparados para sermos multiplicadores da transformação que tanto queremos.
Vamos transformar o Brasil numa Nação Empreendedora!
Leia outras colunas do Luís Mário Luchetta aqui.
7 Comentários
Muito obrigado pela interação e comentários de todos!!!
Parabéns IR. Luchetta ,empreender sim ,mas temos que mudar em Brasília estas leis que expreme o empreendedor com a alma carga tributária. Temos muitos irmãos lá seria o caso de rever e mudar estes parlamentares…
O empreendedorismo auxilia muito na formacão das pessoas, ao passo que devem evoluir muito a empatia e buscar que as pessoas se sintam muito a vontade e bem, respeitando suas individualidades.
É um instrumento de transformacão e evolucão da sociedade, tanto que emprega e sustenta muitas famílias.
Parabéns pelo excelente artigo!!!
Luchetta parabéns pela luz oportuna oferecida ao establishment do nosso Brasil no artigo.
Não é sem razão que há pesquisas científicas no campo da Teoria Contábil publicadas, que encontram correlação de algumas características institucionais comuns entre os países mais prósperos do mundo, com níveis de intensidade maior ou menor.
Cito algumas aqui:
1-Segurança Jurídica e baixa regulamentação;
2-Cultura de valorização do empreendedor e mercado de capitais bem desenvolvidos;
3-Reconhecimento do Mercado de Capitais como instrumento democrático de poupança e renda – “shareholder system”;
4-Ecossistema Contábil forte e aceito como plataforma confiável à necessária transparência pública das informações financeiras das empresas, bem como de redução de assimetrias informacionais e de corrupção;
5-Prestígio, influência e relevância da profissão contábil a ponto de contribuir para o aumento da qualidade da contabilidade praticada em países com economias mais ricas;
6-Respeito a propriedade privada e ao acúmulo econômico das famílias. Minha licença poética: Pensemos no registro de Ativos e de sua depreciação ou exaustão como no caso de áreas de empresas do agronegócio nesse momento?
7-Prioridade como política pública, à manutenção do poder de compra da moeda imposta ao cidadão; BC independente?
8-Controle Fiscal, eficiência do investimento público e tributação progressiva;
9-Reduzida burocracia estatal e ampla liberdade econômica à sociedade;
10-Países onde fontes de financiamentos, a maior parte, advém do mercado de capitais possuem modelos de evidenciação das informações contábeis (financeiras) mais transparentes do que empresas (startups?) em países que baseiam o principal financiamento às empresas em crédito privado ou estatal.
Listadas algumas das características, normalmente apresentadas em duas divisões: Países que adotam regime legal na tradição do direito romano – code law, e o direito consuetudinário – common law.
Uma visão apenas didática, visto improvável encontrar atualmente um país que adote puramente um dos dois modelos.
Fonte : Lopes, Alexsandro Broedel – Teoria da Contabilidade : uma nova abordagem : Atlas, 2014.
O país que quiser crescer de forma sustentável deve necessariamente estimular o empreendedorismo. A participação do Estado deve ser na criação de normas e a fiscalização de sua aplicação. As universidades, por sua vez, deveriam investir em pesquisas que seriam vendidas para esses empreendedores e dessa forma se tornar independente de verbas públicas.
Parabéns Luis Mário! É disso que estamos precisando e muito! E muito rápido também.
O empreendedor é aguele que não tem medo,que acredita em suas ideias e coloca em ação seu projeto. É a força que traz o progresso humano em todos os sentidos. Grande abraço