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A difícil tarefa da descarbonização da construção civil

14/09/2023
construção

A crescente exigência de descarbonização de cadeias produtivas é um dos maiores desafios da atualidade. Na construção civil talvez esteja o maior de todos os problemas. O sistema produtivo do setor responde por 38% das emissões que provocam o aquecimento global, é um dos que mais consomem recursos naturais e que mais geram resíduos não aproveitáveis. Só a produção de cimento gera de 5% a 8% do total de gases de efeito estufa. É certo que a arquitetura está tornando os novos prédios mais verdes, mas a imensa maioria das edificações do mundo são o que se pode classificar como depósitos de CO2. O gás é gerado desde a produção das matérias-primas, fixado nas paredes e depois liberado aos poucos, mas continuamente. Como não é possível derrubar tudo que está construído para aplicar novas soluções construtivas, o jeito é tentar tornar casas e prédios menos nocivos e mais amigáveis ao ambiente. Aí entram ideias como telhados verdes ou com sistemas próprios de geração de energia, seja solar ou eólico, o reaproveitamento da água da chuva, soluções para melhorar a circulação do ar e entrada de luz natural, tintas reflexivas ou isolantes.

 

Construção (in) sustentável (I)

Em relação à pintura, uma das novidades é um produto desenvolvido pela Universidade de Stanford que promete funcionar como uma membrana térmica para as edificações. Com isso, não deixa entrar o calor externo no verão e não deixa o aquecimento interno sumir no inverno. O resultado esperado é a economia de energia a partir da redução do uso de ar-condicionado e de aquecedores que funcionam com combustíveis fósseis.

 

Construção (in) sustentável (II)

Para alcançar eficiência, a aplicação da nova tinta deve acontecer em duas etapas. A primeira camada é de um composto reflexivo infravermelho, baseado em flocos de alumínio. Depois disso, é a vez de uma camada ultrafina, transparente ao infravermelho, de um composto formado por nanopartículas inorgânicas, que pode ganhar várias cores. Este é o grande achado do produto.

 

Construção (in) sustentável (III)

A construção contemporânea está focada em produzir edifícios sustentáveis. Milhares de novos prédios estão recebendo certificações verdes e cidades estão patrocinando a criação de bairros que ajudem no processo de descarbonização das áreas urbanas. Berlim é uma delas. A cidade quer provar que é possível ter setores urbanizados neutros em carbono. O novo bairro fica no espaço de um antigo aeroporto e a previsão é albergar dez mil pessoas. A matéria-prima principal é a madeira.

 

Intenções e promessas (I)

A ONU divulgou mais um balanço da situação climática e repetiu o que vem dizendo há bastante tempo: a coisa não é boa. O Global Stocktake (GST) é um estudo que avalia o resultado de ações promovidas pelas partes signatárias do Acordo de Paris para reduzir o aquecimento do planeta. O trabalho reforça que a temperatura da Terra já está 1,2°C mais quente em comparação com a era pré-industrial. A previsão é que o planeta aqueça de 2,4°C a 2,6°C ainda neste século caso as boas intenções e promessas não se convertam em práticas efetivas.

 

Intenções e promessas (II)

O relatório final do Global Stocktake será finalizado e aprovado na COP28, convenção mundial do clima que será realizada em Dubai no final de novembro. “Este relatório é um alerta para a injustiça da crise climática e uma oportunidade fundamental para corrigir o rumo. Já sabemos que o mundo não está conseguindo cumprir os seus objetivos climáticos, mas os líderes têm agora um plano concreto sustentado por uma montanha de evidências sobre como realizar o trabalho”, alertou Ani Dasgupta, que preside o World Resources Institute (WRI).

 

Mais petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prevê alta no consumo global de petróleo em 2023. A perspectiva é de aumento de 2,4 milhões de barris por dia (bpd). Para 2024, a Opep projeta acréscimo de mais 2,2 milhões de bpd na demanda mundial. Os dados mostram que não é no curto prazo que os esforços de descarbonização vão surtir o efeito desejado. O uso de combustíveis fósseis e a aceleração da transição energética estão na agenda principal da COP28.

 

Menos energia fóssil

A energia gerada a partir de combustíveis fósseis na União Europeia atingiu um mínimo histórico no primeiro semestre de 2023. Os 27 Estados-membros queimaram 17% menos petróleo, gás e carvão para a produção de eletricidade do que no mesmo período de 2022. Estas fontes geraram apenas 33% da eletricidade consumida pelo bloco. As razões: inverno menos frio, aumento de geração de fontes limpas e a guerra da Rússia contra a Ucrânia, que forçou a população a reduzir a demanda.

 

Disputa elétrica

A chinesa BYD já é a maior montadora de carros elétricos do mundo em produção e vendas. Os planos agressivos da companhia para conquistar mercados é um dos motivos da abertura de uma investigação aberta pela União Europeia para saber os efeitos práticos dos subsídios concedidos pela China para a fabricação e exportação de veículos eletrificados. A desconfiança é de que os modelos chineses mantêm preços abaixo dos concorrentes europeus de forma artificial.

(Foto: Unsplash)

 

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