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Bancos europeus vão relatar práticas da agenda ESG

25/05/2023
sustentabilidade

A partir de 2024, os bancos europeus terão que cumprir uma série de exigências para comprovar que suas atividades estão em linha com a agenda ESG. Isso significa informar, por exemplo, o nível de eficiência energética dos imóveis financiados ou o volume de dinheiro repassado pela instituição para empreendimentos que sejam intensivos na liberação de carbono.

 

O roteiro dos relatórios que deverão ser elaborados foi definido pela Autoridade Bancária Europeia, que estabeleceu oito parâmetros principais: transparência e divulgação; gestão e supervisão de riscos; tratamento prudencial das exposições; testes de esforço; normas e rótulos; greenwashing; relatórios de supervisão; monitorização de riscos ESG e finanças sustentáveis.

 

A normativa que obrigará os bancos a reportar de que maneira realizam suas operações de crédito também ajudará a avaliar os compromissos da organização com o desenvolvimento sustentável.

 

A medida atende aos princípios adotados pela União Europeia para construir uma economia descarbonizada no médio prazo. O bloco quer enviar uma mensagem de segurança para investidores de que manterá seu sistema financeiro estável em meio à fase de transição econômica.

 

Normalidade acabou (I)

Em conferência sobre transição energética promovida pelo Instituto Humanitas Unisinos (IHU) o professor, pesquisador e ativista das causas ambientais Luis González Reyes afirmou: “A tese fundamental que quero compartilhar é que a normalidade acabou. O que temos pela frente é um cenário radicalmente distinto do presente e do passado recente. Estamos vivendo o colapso da nossa civilização, com uma transformação profunda nas ordens política, econômica e cultural, da qual sairão outras ordens distintas, que ainda não sabemos quais são”.

 

Normalidade acabou (II)

Na avaliação de Reyes, um dos desafios globais é justamente a transição energética. Ele cita que a desativação das atuais usinas geradoras de eletricidade movidas a carvão, gás e petróleo por centrais de geração de energia renovável vai exigir o uso de enormes áreas do globo. “Para manter o atual consumo energético do mundo, em matriz 100% renovável, precisaríamos de 221.594 mil novas plantas elétricas. Em 2018, existiam 46.423 mil plantas”, apontou o ambientalista.

 

Dilúvios

O volume de chuvas que atingiu o norte da Itália, provocando enormes prejuízos e mortes, virou notícia mundial em razão do inédito cancelamento de uma prova de Fórmula 1. As enchentes acontecem após um longo período de forte seca, que reduziu a permeabilidade do solo. Nas últimas semanas, o mesmo drama foi vivido na Somália, onde as inundações obrigaram o deslocamento de 250 mil pessoas. Nos dois casos, a situação é atribuída à mudança do clima.

 

Alta tensão

A partir de 2024, o mercado livre de energia no Brasil terá novas regras, e mais consumidores poderão escolher o fornecedor. Hoje, do total da energia consumida no País, 36% são movimentados pelo mercado livre. O número impressiona, uma vez que apenas 0,03% das unidades consumidoras brasileiras estão aptas a acessar este modelo de comercialização e distribuição, por demandar acima de 500 kV. Atualmente, 30 mil empresas estão operando no segmento de alta tensão e a expectativa é de que a partir do ano que vem o sistema alcance 106 mil empreendimentos, com o fim da limitação mínima de consumo, que já havia caído no caso de negócios com geradoras de novas fontes renováveis.

 

Dois lados da moeda

O governo americano lançou um grande programa de incentivos para estimular a economia verde. A iniciativa reacendeu a chama da indústria de manufatura nos Estados Unidos, com fogo acima das expectativas. A previsão da administração federal era oferecer subsídios de US$ 180 bilhões para fomentar a produção de veículos elétricos e instalar novas centrais de geração de energia limpa. De acordo com reportagem do jornal New York Times, a conta dos subsídios pedidos pelo setor industrial deverá passar de US$ 500 bilhões até o início da próxima década.

 

Locação elétrica

As companhias brasileiras de locação de veículos fecharam o ano passado com um estoque de 5.684 modelos com propulsão elétrica ou híbrida. No Sudeste, a maior parte dos emplacamentos está registrada em Minas Gerais (2.185 veículos) e São Paulo (1.294). No Sul, o Paraná é o destaque, com 1.534 veículos disponíveis. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste as frotas não passam de 100 carros. Na soma de todo o País, as compras de elétricos pelas locadoras cresceram 89% de 2021 para 2022.

 

Custo da inovação

As companhias suecas Volvo e Vattenfall pressionam a União Europeia (UE) a simplificar as normas criadas pelo bloco para estimular o uso de energia renovável e frear as mudanças climáticas. Para as duas empresas, as regras atuais são complexas e podem desacelerar investimentos em inovação e aumentar custos de produção em até dez vezes. A Volvo, que investe em linhas de caminhões elétricos e movidos a hidrogênio, também reclama que não há bases de abastecimento na Europa.

 

ESG Paraná

O Governo do Paraná renovou o acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para cumprir compromissos dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) criados pela Organização das Nações Unidas (ONU). A nova etapa da parceria terá como foco a adoção de práticas ESG, que tratam das questões ambientais, sociais e de governança no setor público e na iniciativa privada.

(Foto: Micheile Henderson/Unsplash)

 

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