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Brasil costeia o pódio dos maiores poluidores do mundo

03/11/2022
brasil

O Brasil emitiu 2,42 bilhões de toneladas brutas de dióxido de carbono (CO2) em 2021. Este é principal gás causador do efeito estufa. O volume é 12,2% maior que o de 2020 e o maior em duas décadas, segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima. O resultado coloca o País no quinto lugar entre os maiores poluidores do planeta, atrás da China, EUA, Índia e Rússia. Os vilões da história brasileira são os setores de energia, pecuária e o desmatamento na Amazônia. De acordo com o documento, a emissão bruta per capita dos brasileiros é de 11,4 toneladas de CO2, bem acima da média global de 6,7 toneladas.

 

Poluição sustentável!

Dados do SEEG revelam que é o quarto ano consecutivo que o volume de emissões de CO2 aumenta no Brasil, fato inédito desde que a série histórica começou em 1990. O crescimento só é menor que o de 2003, quando o país viu suas emissões crescerem 20% em razão do desmatamento na Amazônia. No ano passado, as emissões cresceram em todos os setores, exceto resíduos, mas 49% delas vieram de mudanças no uso da terra. Em razão deste fator, o estado que mais emitiu gases de efeito estufa foi o Pará. A seguir vem o Mato Grosso, em função da agropecuária, e depois São Paulo e Amazonas.

 

Só estufa

Novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) informa que é necessária uma grande transformação nos setores de eletricidade, transporte, construção, sistema financeiro e alimentar para que o mundo consiga cumprir os compromissos de manter o aquecimento global em 1,5°C até 2030. De acordo com o estudo, para alcançar o objetivo, as emissões devem cair 45%. Mesmo que haja esforços pelo mundo, dificilmente a marca será alcançada. A COP27, que acontece no Egito neste mês de novembro, deve trazer novidades sobre o aquecimento global. Para cumprir as metas, o mundo precisa reduzir os gases de efeito estufa em níveis sem precedentes nos próximos oito anos, adverte a Organização das Nações Unidas.

 

Competidores unidos? (I)

A EY-Parthenon, um braço da consultoria Ernst & Young, realizou uma pesquisa para identificar como empresas de segmentos diversos ou mesmo concorrentes estão unindo esforços para criar e entregar produtos e desenvolver estratégias de negócios que atendam à demanda da sociedade. “A convergência entre setores está reconfigurando a competição, criando novos ecossistemas de negócio em que duas ou mais companhias se juntam para inovar e entregar valor para o cliente”, explica Eduardo Tesche, em artigo publicado no site MIT Technology Review.

 

Competidores unidos? (II)

Segundo Tesche, a pesquisa da EY analisou aquisições ou fusões nos últimos cinco anos e identificou que 87% dos executivos ouvidos “acreditam que o fortalecimento desse modelo de negócio e governança ajuda a estimular a inovação e criatividade entre empresas de indústrias adjacentes”. Para o analista, o mundo corporativo está descobrindo “novas fronteiras de mercado, trazendo competidores antes inesperados para a arena e mudando o equilíbrio das forças competitivas”. “Os executivos devem estar antenados não só com o que acontece em seu setor ou indústria de atuação, mas com as movimentações de mercado como um todo”, adverte.

 

Competidores unidos? (III)

Tesche informa ainda que a pesquisa da EY aponta cinco centros-chave de convergência de negócios ou megatendências: Bem-estar para a vida, mundo digital (Seamless digital), habitação do futuro, transição energética e disrupção tecnológica (Silicon Disruption). “Esse estudo de mercado precisa, ainda, ser feito de forma analítica. Ou seja, não basta considerar o que sai na mídia ou faz sucesso, é preciso estar um passo à frente e analisar de maneira preditiva o que os dados apontam para tendências futuras”, observa.

 

ESG o quê?

Pesquisa do Google, em parceria com a MindMiners e Sistema B, ouviu 3.000 pessoas em todo o Brasil para tentar entender a percepção da população sobre o universo ESG. Segundo o levantamento, apesar do grande avanço no debate sobre questões que envolvem a sigla, apenas 21% dos brasileiros já ouviram falar sobre o termo. Mesmo assim, quatro de cada cinco pessoas consideram importante a atuação de empresas e marcas em ações relacionadas às causas ambientais, sociais e de governança.

 

Metano em alta

A União Europeia não deve cumprir o objetivo de cortar 30% das emissões de metano até 2030, conforme compromisso feito durante a COP26. Mantidas as condições atuais, o bloco pode chegar a uma redução de 23%, de acordo com uma avaliação otimista da Comissão Europeia. A situação não é ideal, mas muito melhor que a do Brasil, que também se comprometeu a reduzir as emissões até o final da década. Por aqui, a perspectiva é de que o País deve aumentar em 36% a produção do gás. Mesmo que reveja as políticas atuais, o máximo de redução que pode ser alcançada é de 7%. Tanto na Europa quanto no Brasil, o setor com maior taxa de emissões é a agropecuária, em razão da dificuldade de evitar o “arroto do boi”.

(Foto: Daniel Beltra\Greenpeace)

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