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30/04/2024



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Captura direta de carbono limpa o ar e produz riqueza

 Captura direta de carbono limpa o ar e produz riqueza

Desde que foi assinado o Acordo de Paris em 2015, quando praticamente todos os países do mundo reconheceram suas responsabilidades pelo aquecimento global e firmaram o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, não faltam ideias para promover a descarbonização da atmosfera.

 

A captura direta de CO2 é uma delas, e existem duas formas de aplicá-la: DAC (Direct Air Capture), que suga o ar com grandes ventiladores e separa o carbono por meio de processos químicos, e CCS (Carbon Capture and Storage), que captura 90% dos gases emitidos na “chaminé” das fábricas. Nos dois casos, a ideia é “prender” o gás em reservatórios.

 

A indústria do petróleo utiliza a CCS desde os anos 1970, já que a injeção de CO2 no processo agiliza a retirada de óleo e gás das reservas. Hoje, a tecnologia permitiria, por exemplo, a aplicação dos gases sequestrados na produção de cimento.

 

A DAC é usada para atividades mais nobres. A empresa suíça Climeworks e a canadense Carbon Engineering usam a técnica para transformar o carbono em produtos industrializados, de tecido a diamantes.

 

Na Islândia, a tecnologia de captura é utilizada pela Carbfix para fixar o gás em solo basáltico. Este tipo de rocha também é objeto de outra experimentação que pode ser considerada como captura direta de carbono: é o intemperismo acelerado de rochas vulcânicas, como o basalto. O processo gera um “pó mágico”, como já é chamado, que fixa o CO2 que cai com as chuvas.

 

Intemperismo acelerado?

Em síntese, no processo de intemperismo acelerado as pedras de basalto são moídas e espalhadas no solo, inclusive em áreas agricultáveis. O contato da água da chuva com o pó promove uma reação química que produz carbonatos, que depois seguem para rios e mares. Na Escócia, a mineradora UNDO, que já produz e distribui o material de forma experimental, captou US$ 15 milhões para ampliar seus processos.

 

Calor recorde (I)

A temperatura média do mundo chegou a 17,01 graus Celsius na última segunda-feira (3). A data entrou para a história como a mais quente já registrada pelas medições dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos (NOAA). O calor intenso no Hemisfério Norte tem castigado várias regiões. Na Groenlândia, os termômetros ficaram 10ºC acima da média do período, e a neve e gelo acumulados em diversas ilhas derretem rapidamente.

 

Calor recorde (II)

A onda de calor foi forte no norte da África, que já registrou quase 50ºC. Na China as temperaturas estão na casa de 35ºC e no Vietnã o calor bate 37ºC, forçando os agricultores que trabalham nos arrozais a trocar o dia pela noite. Estados americanos enfrentam 40ºC. No Sul da Espanha, a onda de calor fez os termômetros marcarem 44ºC. Mas as variações atingem também o polo Sul. A Base de Pesquisa Vernadsky, da Ucrânia, localizada na Antártica, marcou temperaturas próximas de 9ºC.

 

Petróleo descarbonizado (I)

O engajamento efetivo da indústria petrolífera global em ações para reduzir a pegada de carbono é uma das notícias mais aguardadas por autoridades que trabalham em soluções para reduzir os impactos do aquecimento global. A promessa agora é que as companhias de petróleo e gás vão anunciar metas de redução de emissões na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que será realizada em Dubai, no final deste ano.

 

Petróleo descarbonizado (II)

De acordo com um informe da agência Reuters, as petrolíferas prometem estabelecer compromissos com metas de redução para emissões de escopo 1 e 2 em suas operações. A estimativa é de que a extração e produção de petróleo e gás representam cerca de 15% da pegada de carbono das companhias. A maior parte da geração de gases poluentes, por óbvio, é gerada pela queima de combustíveis.

 

Nuclear e limpa (I)

A Itália pode retomar o funcionamento de usinas atômicas fechadas desde 1990. A iniciativa é para compensar a desativação gradual de geradoras a carvão, petróleo e gás, a partir de 2025, para cumprir compromissos de redução de emissões do Acordo de Paris. Segundo a agência ANSA, os italianos dificilmente terão condições de suprir o consumo do País com energia limpa após encerrar as operações de usinas a combustível fóssil. Por isso, a opção pela fonte nuclear, que tem baixa pegada de carbono.

 

Nuclear e limpa (II)

Há um grande debate na Europa sobre a retomada da produção de energia com a reativação ou instalação de reatores nucleares. Alemanha, Bélgica, Portugal, Dinamarca e Áustria tem posições contrárias. Na Itália, o tema é polêmico. Um bloco de países da Comunidade Europeia, puxado pela França, é favorável. O grupo inclui Bulgária, Croácia, Finlândia, República Tcheca, Hungria, Holanda, Polônia, Romênia, Eslováquia e Eslovênia.

 

ESG americano

A gestora de ativos americana BlackRock administra US$ 9,2 trilhões de clientes do mundo inteiro. Seu principal executivo, Larry Fink, é o que se pode chamar de entusiasta de investimentos em ativos de empresas que adotam práticas ESG, e tem aconselhado aplicações em fundos que podem ajudar na sustentabilidade do planeta ou combater as mudanças climáticas. Ocorre que a agenda ESG foi politizada nos Estados Unidos. Em meio às controvérsias, Fink disse que deixará de usar o termo em seus comunicados. “Não vou usar a palavra ESG porque foi mal utilizada pela extrema esquerda e pela extrema direita”, declarou.

 

ESG britânico

A Autoridade de Conduta Financeira (FCA) da Grã-Bretanha anunciou a criação de normas para regulamentar avaliações e classificações ambientais, sociais e de governança (ESG) de empresas que têm ativos negociados no mercado financeiro. A adesão será voluntária, mas a ideia é criar regras mais claras para as informações reportadas pelas companhias e, assim, oferecer mais segurança para investidores da comunidade britânica que colocam dinheiro em aplicações com o chamado selo verde.

(Foto: Mark Harpur/Unsplash)

 

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