Pular para o conteúdo

HojePR

silvio lohmann

Chief Happiness Officer: quando felicidade vira produtividade

26/09/2024

 

Airbnb, Coca-Cola, Deloitte, Ernst & Young, Google, Rakuten, Siemens, TikTok e Unilever. Estas grandes marcas globais decidiram que era preciso mais do que um bom RH para avaliar o desempenho dos seus funcionários. Todas resolveram contratar um diretor de felicidade ou de bem-estar – o Chief Happiness Officer (CHO).

Em comum, além da grandeza de seus faturamentos, estas companhias convivem com o estresse por resultados cada vez melhores. Na outra ponta, muitos profissionais decidiram que só um bom salário não é suficiente para que dediquem absoluta lealdade ao empregador.

Uma pesquisa da consultoria Robert Half, divulgada no ano passado, mostrou que 89% das companhias compreendem que para alcançar bons resultados devem ter colaboradores motivados e felizes e que, para 94% dos trabalhadores, a satisfação é influenciada pela atuação da liderança.

Um estudo da Gallup observa que as empresas com funcionários felizes têm 50% menos acidentes laborais, enquanto uma pesquisa da Harvard Business Review revelou que colaboradores satisfeitos são 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e 300% mais inovadores. A Gallup também avalia que o mundo perde US$ 8,9 trilhões por ano em razão de aspectos que abrangem a falta de engajamento no trabalho.

Felicidade x produtividade

A descoberta da importância do papel do Chief Happiness Officer (CHO) não é nova. O conceito apareceu na Dinamarca, em 2003, quando a empresa Woohoo Partnership elaborou uma metodologia para promover mudanças positivas e duradouras no ambiente corporativo, de acordo com a Você S/A. De lá para cá, este profissional vem ganhando espaço, e deve ter maior relevância ainda dentro da agenda ESG, no critério de governança. Por óbvio, sua capacidade não será medida pelo número de sorrisos, e sim pelos índices de produtividade da empresa.

Pecuária verde (I)

A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) está experimentando uma nova técnica para tentar reduzir as emissões de gases de efeito estufa na pecuária, atividade considerada uma das vilãs do aquecimento global, em razão do metano liberado pelo arroto do boi. A organização aposta no sistema de alimentação do rebanho com a utilização de pastagens perenes, que não precisam ser renovadas todo o ano, e sustenta que este modelo contribui para a captura de gás carbônico.

Pecuária verde (II)

Segundo a Epagri, algumas espécies de pastagens têm raízes que ultrapassam dois metros de profundidade e, com um manejo correto das plantas, podem remover até 3,79 toneladas de CO2eq (dióxido de carbono equivalente) por hectare a cada ano. “É a partir da raiz que as plantas vão acumular e armazenar carbono no solo. A planta faz a fotossíntese, captura CO2 e o utiliza para produzir folhas, colmos e raízes. Como a planta serve de alimento para os animais, as raízes constantemente se renovam. A raiz morta se degrada e o CO2 que foi obtido da atmosfera vai parar no solo”, explica Tiago Baldissera, pesquisador da Epagri em Lages.

Só compromisso?

O Fórum Econômico Global (WEF) defende mais investimentos no mercado voluntário de carbono como forma de compensar ou reduzir emissões. “É imperativo abordar as emissões históricas e residuais por meio da remoção de dióxido de carbono (CDR)”, diz a organização. Segundo o WEF, mais de 3.400 empresas firmaram compromisso com ações climáticas rumo ao netzero, mas somente 188 investiram nisso em 2023. Destas, apenas 14 promoveram ações para eliminar mais de 10.000 toneladas de CO2.

Hidrogênio ao mar (I)

Há uma forte tendência de que o hidrogênio liquefeito seja o combustível escolhido para mover navios. Além disso, o gás deverá ser uma carga comum no transporte marítimo. Tanto na primeira aplicação como na segunda há enormes obstáculos a serem vencidos. Embarcar o produto, seja em pequenas ou grandes quantidades, será um processo complexo, segundo o Fórum de Tecnologias Marítimas (MTF). O colegiado internacional desenha diretrizes para o processo avançar.

Hidrogênio ao mar (II)

O hidrogênio é altamente inflamável e a energia necessária para a ignição é muito baixa. As moléculas do gás são menores do que todos os outros gases e mesmo pequenos vazamentos têm o potencial de inflamar. O ponto de ebulição do hidrogênio líquido é extremamente baixo, o que cria vários desafios adicionais específicos no projeto de navios e sistemas de abastecimento. Os materiais devem ser adequados para a temperatura do combustível (-253°C).

Mercado de H2v

Apesar das dúvidas a respeito do transporte, uso e manuseio do hidrogênio, não faltam projetos para acelerar a produção do combustível e vários países estão de olho neste mercado. A Austrália divulgou um plano de metas e prevê entregar 15 milhões de toneladas H2v até 2050. O governo australiano vai subsidiar a produção com um incentivo fiscal de US$ 2,00 por quilo produzido.

Eletrólise espanhola

A companhia chinesa Envision Energy, que é a segunda maior fornecedora de turbinas eólicas do mundo, anunciou um acordo com o governo e parceiros privados para instalar uma fábrica de eletrolisadores na Espanha. O negócio está estimado em US$ 1 bilhão. A eletrólise divide as moléculas de água (H2O), separando o oxigênio do hidrogênio. Quando o processo é feito com energia limpa, surge o H2v.

Foto: Priscilla Du Preez/Unsplash

Leia outras colunas do Silvio Lohmann aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *