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26/04/2024



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Com transição energética, emissões têm ponto de inflexão

 Com transição energética, emissões têm ponto de inflexão

Especialistas que analisaram o relatório Global Electricity Review 2023 avaliam que neste ano o mundo deve experimentar um ponto de inflexão e reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) gerados na cadeia da energia. A tendência é de redução do uso de combustíveis fósseis para produção de eletricidade. Em meio a um processo acelerado de transição energética, o aumento da demanda deverá ser suprido por fontes limpas de energia, principalmente solar e eólica. Nesta conta também entram usinas nucleares e hidrelétricas. Mesmo com a pressão gerada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia por combustíveis fósseis, as fontes renováveis produziram 39% da eletricidade global em 2022 – o maior índice da série histórica. Este patamar tende a subir em 2023, principalmente em razão dos investimentos que a China está fazendo em geração limpa. A previsão é de que as emissões originárias do uso do petróleo, gás e carvão para geração de energia tenham uma redução mínima (0,3%) neste ano. Apesar de pequeno, o resultado aponta para uma sequência de queda mais acelerada nos próximos anos.

 

Energia brasileira (I)

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou a maior produção de energia limpa dos últimos 12 anos no Brasil no primeiro trimestre de 2023. Na média, 92% da eletricidade consumida pelos brasileiros no período teve origem em fontes renováveis – hidráulica, eólica, biomassa e solar. O desempenho se deve à ampliação de parques eólicos e usinas solares.

 

Energia brasileira (II)

Para o ONS, os dados reforçam a capacidade do País de produzir energia limpa e oferecem segurança para sustentar o aumento da demanda. O Brasil deve acrescentar 10,3 GW ao sistema elétrico neste ano. As usinas solares centralizadas e as eólicas serão responsáveis por 90% da ampliação na capacidade de geração nacional.

 

Ranking solar (I)

O Brasil é o oitavo maior produtor mundial de energia solar, com potência instalada de 24 gigawatts (GW) no final de 2022. A China, com 392 GW, é a primeira do ranking, seguida de Estados Unidos (111 GW), Japão (78,8 GW), Alemanha (66,5 GW), Índia (62,8 GW), Austrália (26,7 GW) e Itália (25 GW).

 

Ranking solar (II)

Com o mercado de células fotovoltaicas aquecido, o governo brasileiro isentou de tributos a importação de componentes e zerou os impostos sobre a produção de painéis solares até 2026. O benefício fiscal atende empresas do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica reivindica a extensão da medida para a compra de inversores, que são o “cérebro” do sistema fotovoltaico, e baterias, que são necessárias para armazenar a energia produzida.

 

ESG no Brasil

Uma pesquisa patrocinada pela Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio), que ouviu 574 executivos brasileiros de grandes e médias empresas entre março e abril, revela que 82% dos entrevistados acreditam que a agenda ESG ganhará mais velocidade no País na medida em que CEOs, presidentes e vice-presidentes tomem a frente dessa pauta. Para 69%, as instâncias do Poder Público também têm responsabilidade na aceleração do processo. O levantamento aponta que 62% dos empresários brasileiros tem familiaridade com as práticas ESG e 47% das empresas já adotam iniciativas para atender a agenda.

 

Brasil quente

O litoral brasileiro tem experimentado uma grande evolução nas ondas de calor nas últimas quatro décadas. Neste período, eventos extremos triplicaram no Espírito Santo e dobraram em São Paulo e no Rio Grande do Sul, de acordo com um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) publicado na revista Scientific Reports. “No Rio Grande do Sul, as temperaturas mais baixas do ano estão subindo. Está ficando mais quente. No Sudeste e Sul do Brasil, a amplitude térmica está aumentando”, afirma Ronaldo Christofoletti, um dos pesquisadores que assina o estudo, em entrevista à DW.

 

Hidrogênio legal

A exploração do hidrogênio verde (H2v) como combustível segue ganhando espaço no Brasil e várias iniciativas já foram anunciadas, principalmente na região Nordeste. Para acompanhar a evolução deste novo mercado e propor políticas públicas para estimular a produção em grande escala o Senado criou a Comissão Especial do Hidrogênio Verde (CEHV). A ideia, neste início de atividades, é ouvir especialistas nacionais e estrangeiros para entender como vai funcionar o modelo de negócio e quais as necessidades de incentivos para atrair mais investimentos neste setor.

 

Hospital energético (I)

O Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba, é referência nacional no tratamento do câncer e agora também é uma das unidades hospitalares de porte a ter sua própria fonte de energia. A instalação de um sistema fotovoltaico deve reduzir o consumo de eletricidade do hospital em 43% e evitar a emissão de 147 toneladas de carbono.

 

Hospital energético (II)

O projeto do Erasto Gaertner tem parceria da Copel, dentro do Programa de Eficiência Energética criado pela estatal para estimular sistemas de autogeração. A iniciativa no hospital é uma das 111 que a companhia paranaense apoia em universidades, prédios públicos, indústrias, cooperativas agropecuárias e condomínios residenciais. O investimento alcançou R$ 200 milhões e também permitiu a substituição de máquinas e equipamentos elétricos antigos por similares mais modernos e eficientes.

(Foto: Karsten Würth/Unsplash)

 

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