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07/09/2024

silvio lohmann

Como americanos e europeus entendem a mudança climática

O Banco Europeu de Investimento (BEI) patrocinou uma pesquisa sobre a compreensão das causas, consequências e soluções para as mudanças do clima. O levantamento teve 30 mil entrevistados em países da União Europeia, Estados Unidos, China, Japão, Índia e Canadá.

A instituição divulgou um comparativo do entendimento de europeus e americanos sobre as questões. Numa escala de 0 a 10, os primeiros alcançaram nota média geral de 6,37, contra 5,38 dos segundos. Em relação à percepção das soluções, as pontuações foram mais baixas, com média de 4,25 na União Europeia e 4,07 nos Estados Unidos.

No bloco europeu, 71% dos entrevistados definiram corretamente a mudança climática, enquanto nos Estados Unidos o nível de conhecimento ficou em 58%. A maioria dos inquiridos – 74% e 64%, respectivamente – reconhecem que as atividades humanas, como desmatamento, agricultura, indústria e transporte, são os principais motores das mudanças climáticas.

Na pergunta sobre os países que mais emitem gases de efeito estufa, 72% dos europeus identificaram corretamente os Estados Unidos, a China e a Índia, enquanto 58% dos americanos fizeram a mesma opção, mas muitos não conseguiram reconhecer a contribuição chinesa nas causas da mudança do clima.

Para 85% dos europeus, as alterações climáticas afetam a agricultura e agravam a fome mundial e 69% estão cientes que a mudança do clima alimenta a migração global. Entre os americanos, a percepção sobre a fome atinge 68% dos entrevistados e o deslocamento forçado de pessoas é percebido por 52%. Em relação à saúde, 82% dos que vivem na Europa compreendem os impactos negativos, contra 71% nos Estados Unidos.

 

Lacuna de conhecimento

Especificamente na comunidade europeia, a pesquisa do BEI identificou uma lacuna geracional sobre o conhecimento das mudanças climáticas. Nos países do bloco, as pessoas com mais de 30 anos obtiveram uma média de 6.47 nesta questão, enquanto entre os mais jovens a pontuação foi de 5.99. Há uma disparidade semelhante no entendimento sobre a importância da reciclagem, por exemplo.

 

Compras públicas sustentáveis

Um projeto de lei aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado propõe mudanças na Lei de Licitações e Contratos Administrativos, acrescentando normas para que o poder público priorize veículos com motorização de baixa emissão de carbono nas compras e locações feitas por meio de licitações. O objetivo é incentivar o uso dos biocombustíveis limpos e sustentáveis. A proposta também inclui no marco legal das aquisições públicas a preferência por bens “compostáveis ou eficientes no uso de energia, água ou materiais, ou os que atendam aos critérios de sustentabilidade”.

 

Política do hidrogênio

O Senado concluiu a votação da Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono e caracterizou como “baixa emissão” a liberação de até sete quilos de CO2 para cada quilo de H2 produzido. Originalmente, o potencial poluente era de quatro quilos de carbono para um quilo de hidrogênio. A proposição inclui hidrelétricas e usinas de etanol no grupo de fontes renováveis de produção do hidrogênio e excluiu a possibilidade de que companhias instaladas em Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) sejam beneficiadas pela geração de energia limpa. O projeto vai para a Câmara dos Deputados.

 

MCMV com energia limpa

O governo federal instituiu pelo decreto 12.084/24 o Programa Energia Limpa no Minha Casa, Minha Vida. A ideia é priorizar a instalação de fontes renováveis de eletricidade em conjuntos residenciais destinados a famílias de baixa renda. Um dos benefícios esperados é a redução da conta de luz. A implantação da ideia ficará a cargo dos ministérios das Cidades e de Minas e Energia, que deverão determinar a melhor opção de geração, que pode ser solar ou eólica.

 

CO2 biogênico

A Suécia é grande exportador de pasta de papel, papel e produtos de madeira serrada. A indústria florestal responde por 10% da atividade econômica do País. Agora, o governo sueco recebeu apoio da União Europeia para aplicar 3 bilhões de euros em sistemas de captura e armazenamento de carbono (CAC). O propósito é fomentar projetos privados para reduzir as emissões biogênicas de CO2, que são geradas a partir de resíduos vegetais e animais. Para acessar o financiamento, as empresas precisam comprovar a eliminação de pelo menos 50 mil toneladas de carbono por ano.

 

UE tributa o diesel

Distribuidores de óleo diesel da União Europeia (UE) terão que comprar direitos de emissão para compensar a geração de CO2 pelo uso do combustível a partir de 2027. A receita irá para um fundo que apoiará famílias de baixa renda e pequenas empresas a cobrir os custos de isolamento, eficiência energética ou transição para o transporte descarbonizado. Já se sabe que a ideia terá impacto econômico na cadeia de logística. A projeção é uma alta de até 0,54 centavos de euro no preço do litro do diesel, até 2031. Hoje, o combustível tem um valor médio próximo de 1,60 euro por litro.

(Foto: Cristhian Lue/Unsplash)

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