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COP28: muita nebulosidade sobre acordos do clima

16/08/2023

A expectativa de que a COP28 traga algum resultado prático para combater as mudanças climáticas ainda está longe de virar realidade. As conferências preparatórias para o encontro global, que será realizado em Dubai, em novembro, demonstram a falta de consenso entre as nações. O ponto principal é a redução do consumo de combustíveis fósseis. Há entendimento sobre a necessidade de promover a transição energética e trocar o petróleo, o carvão e o gás por fontes limpas. Os problemas ainda são: como? E quando? Mesmo que os principais países produtores de petróleo compreendam que a mudança é inevitável, muitos querem esticar o tempo de sobrevida de seus produtos, evitando que a próxima cúpula climática da Organização das Nações Unidas radicalize nas metas de redução de emissões de gases que provocam o aquecimento da Terra. Quem imaginava que COP28 iria gerar um tratado mundial tão importante quanto o Acordo de Paris já enxerga um horizonte nebuloso à frente. Uma das pautas da conferência é fazer a primeira avaliação formal do progresso dos países em relação ao tratado assinado na França em 2015.

 

Anti-ESG (I)

A agência Bloomberg identificou que o McDonald’s está reduzindo o uso da sigla ESG em suas páginas na internet. O movimento é notado nas publicações para o público americano, apesar da empresa continuar a implantar boas práticas ambientais, sociais e de governança. Uma das hipóteses para a rede internacional evitar dar publicidade à sigla é o crescimento de atividades anti-ESG nos Estados Unidos. Na visão dos conservadores, a agenda não está focada em gerar lucro para os acionistas.

 

Anti-ESG (II)

“Os defensores do movimento anti-ESG entendem que bancos, gestores de ativos e empresas usam de sua influência e poder econômico para impor uma ideologia progressista. É fruto da polarização que domina o mundo nos últimos anos, em especial quanto às ideologias, estilo de vida e hábitos de consumo”. Este é o entendimento do advogado Augusto Cruz, que é mestre em Direito, Governança e Políticas Públicas e especialista em ESG, conforme entrevista para o site BNews.

 

Diagnóstico circular

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criou uma plataforma virtual que permite que as empresas façam uma auto-avaliação e recebam um diagnóstico sobre o grau de adoção de práticas de economia circular. A ferramenta é gratuita e faz recomendações de novos modelos de negócios e otimização dos processos produtivos. A iniciativa foi desenvolvida a partir de dados do Centro de Pesquisa em Economia Circular da Universidade de São Paulo (InovaUSP) e com apoio da consultoria Upcycle. Clique aqui para acessar.

 

Startups verdes

Um relatório feito pela plataforma Crunchbase, que disponibiliza informações globais sobre negócios, identificou que startups criadas para promover a remoção, captura e estoque de carbono estão entre as empresas iniciais que mais receberam aportes financeiros no último ano. Em 12 meses, 43 empresas listadas no levantamento receberam US$ 500 mi, mas o volume de investimentos nestes negócios já bateu em US$ 1,25 bi.

 

Captura de carbono (I)

O governo dos Estados Unidos vai financiar dois projetos que prometem retirar da atmosfera 2 mi de toneladas de dióxido de carbono por ano, equivalente a emissões de 500 mil automóveis. O valor do investimento é de US$ 1,2 bi e as plantas serão instaladas no Texas e Louisiana. Os EUA reservaram US$ 3,5 bi para fomentar ações de descarbonização no País. A captura de carbono, resumidamente, é feita por enormes aspiradores de ar e depois a separação do gás poluente é realizada por processo químico. O produto final pode ser injetado no subsolo profundo.

 

Captura de carbono (II)

No Brasil, a Petrobras tem um dos maiores projetos de captura de carbono do mundo, mas o gás é reutilizado para gerar mais petróleo, que no fim gera novas emissões. A técnica usada pela estatal é conhecida como CCUS (Carbon Capture, Utilisation and Storage) e já injetou 40,8 mi de toneladas de CO2 nos reservatórios do pré-sal. A injeção provoca uma pressão adicional nos poços, que potencializa a extração do óleo do fundo do mar.

 

Captura de carbono (III)

O mercado de captura de carbono não tem regulamentação no Brasil, mas um projeto de lei em tramitação no Senado pretende resolver a questão. O objetivo é garantir segurança jurídica aos operadores, principalmente na etapa de armazenamento geológico do CO2, e fomentar novos investimentos. A Petrobras, que já tem expertise nesta tecnologia, é que estimula a criação de um marco regulatório. A companhia quer expandir a atividade e transferir tecnologia para outras empresas.

 

Clima Paraná

O Governo do Estado está elaborando o Plano de Ação Climática do Paraná 2024-2050. A proposta está em processo de consulta pública e a população pode fazer contribuições até o dia 15 de setembro. O objetivo do plano é estabelecer metas e ações que possam ser monitoradas e servir como um instrumento efetivo para a mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no território paranaense.

 

Circular Paraná

A Assembleia Legislativa do Paraná aprovou nesta semana o projeto de lei 278/2022 que estabelece incentivos à Economia Circular. O propósito é aumentar a eficiência na exploração dos recursos naturais, estimular o uso de energias renováveis e incentivar a reciclagem. A lei também institui o Selo Produto Economicamente Circular. A ideia é valorizar o consumo sustentável e desestimular a produção de bens que não atendam aos princípios da economia circular, da sustentabilidade ambiental e da equidade social.

(Foto: Timothy Eberly/Unsplash)

 

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