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Empreendimentos bilionários vão minerar Terras Raras no Brasil

01/02/2024

Neodímio, cério, disprósio, ítrio, túlio, praseodímio, európio e latânio. Estes são alguns dos nomes de elementos químicos classificados como Terras Raras. Ao todo são 17 ETRs conhecidos e que, no contexto da transição energética e evolução tecnológica, já são considerados o ouro do século XXI. O Brasil tem uma das maiores reservas do mundo, estimada em 22 milhões de toneladas, ficando atrás da China, ao lado do Vietnã e à frente da Rússia.

 

A corrida do novo ouro ganha velocidade no País. No Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, as mineradoras australianas Meteoric e Viridis projetam desembolsar R$ 2,2 bilhões nas suas lavras, enquanto a Terra Brasil promete aplicar R$ 2,4 bilhões em um outro projeto de mineração. Além do solo mineiro, há depósitos de Terras Raras em Goiás, Tocantins e na região Amazônica.

 

As ETRs têm aplicações diversas em razão do magnetismo e propriedades de absorção e emissão de luz. São usados na fabricação de lâmpadas de LED, painéis solares, em motores de turbinas eólicas, imãs e nas baterias de veículos elétricos. Também estão em telas e câmeras de celulares, em computadores e televisores.

 

O nome Terras Raras não é em razão da raridade dos elementos, que são conhecidos desde o final do século XIX, e sim por causa da dificuldade de extração e separação de outros minerais. Normalmente, há o aproveitamento de 100 gramas a cada tonelada de material processado.

 

Brasil elétrico (I)

O Brasil tem uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, com 85% da geração de fontes renováveis, contra 28% da média mundial. Até o final de 2023, o País contava com 215 hidrelétricas de grande porte (UHE), um aumento de 62% sobre o número existente em 2001, quando o País experimentou um severo racionamento de energia. No ano passado, a força da água também movimentou 689 Centrais Geradoras (CGH), com capacidade inferior a 5 MW, e 428 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), com potência entre 5 MW e 30 MW.

 

Brasil elétrico (II)

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em pouco mais de 20 anos (2001 a 2023), o número de usinas eólicas em funcionamento no Brasil saltou de sete para 1.016, enquanto a geração solar saiu de zero para 18.197 parques fotovoltaicos. O setor elétrico brasileiro tem capacidade instalada para gerar 178 GW de energia e produz, em média, 150 GW. De acordo com a Aneel, já estão outorgados outros 150 GW para geração a partir de fontes renováveis.

 

CO2 no fundo do mar (I)

A indústria marítima está buscando soluções que ajudem grandes corporações a descarbonizar ou compensar emissões de gases de efeito estufa. A Hyundai, dona do maior estaleiro do mundo, oferece uma embarcação projetada para transportar CO2 liquefeito até poços de petróleo e gás desativados no mar, onde a carga pode ser injetada. A americana Capital Product Partners, uma grande operadora do transporte marítimo, já encomendou quatro embarcações. As unidades devem ser entregues em 2025 e 2026, ao custo de US$ 300 milhões.

 

CO2 no fundo do mar (II)

Apesar da solução de transporte, ainda há muitas incertezas em relação ao armazenamento de gás carbônico nas profundezas marinhas por longo tempo. Mas a demanda por armazenagem existe e é contabilizada em milhões de toneladas, principalmente em países que cobram pesadas taxas de empresas por causa do volume de emissões. Na ponta do lápis, prender os gases no fundo do mar pode ficar mais econômico. Resta saber se a natureza concorda com a estratégia.

 

Além de abraçar árvores

“Uma empresa de 34 bilhões (de dólares) como nós, global, você acha que faz sustentabilidade porque gosta de ‘abraçar árvore’?”. A frase é do principal executivo da Schneider Electric na América do Sul, Rafael Segrera, em entrevista ao site IM Business. Para ele, os negócios precisam ser sustentáveis e o crescimento da consciência empresarial sobre boas práticas ambientais também tem a ver com o retorno financeiro. A Schneider oferece soluções corporativas para descarbonização e racionalização do consumo de energia.

 

BB sustentável

O Banco do Brasil ficou com a sexta posição na lista das 100 Empresas Globais Mais Sustentáveis – Global 100, de 2024. A classificação é feita pela Corporate Knights, revista americana especializada em economia sustentável, que avalia 25 indicadores econômicos, ambientais e sociais de corporações empresariais com receitas superiores a US$ 1 bilhão. A publicação realiza a pesquisa desde 2005 e avalia aproximadamente sete mil empresas a cada edição.

 

Panaceia verde (I)

Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um relatório em que avalia como o acesso a áreas verdes e azuis contribui positivamente para a saúde mental de quem vive em grandes centros urbanos. Por isso, a importância dos parques públicos, que sempre estão disponíveis para a visita fora do horário comercial. Além de cumprir um papel ambiental importante, as unidades de conservação são usadas para atividades antiestresse.

 

Panaceia verde (II)

Mas o que fazer durante o expediente de trabalho? Hoje, os jardins arborizados ou bosques, comuns em edifícios residenciais, também estão presentes em prédios comerciais, seguindo a tendência de construções verdes. Há situações em que o espaço dedicado à natureza é maior que a área construída. É o caso da Galeria Panaceia, que está sendo construída em Curitiba para abrigar eventos, lojas e escritórios. Ali, são 355 m2 de construção e 446 m2 de verde.

 

(Foto: Wikimedia Commons)

 

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