“Nosso mercado ainda opera basicamente para sobreviver (pagar as contas), atender às leis e regulamentações e status. Poucas empresas buscam, de fato, solucionar os problemas da sociedade enquanto negócios. Isso acarreta uma imaturidade nas práticas de ESG, liderança e cultura nas organizações”. O diagnóstico é de Pedro Paro, CEO da Humanizadas, empresa de inteligência e análise de dados, em entrevista para a Época Negócios. A reportagem assinada pela jornalista Soraia Alves trata de uma pesquisa da Humanizadas chamada Melhores do Brasil que avaliou quatro pilares institucionais das empresas: reputação, princípios de gestão, cultura e narrativas. O trabalho envolveu 198 companhias e foram ouvidos sócios, investidores, lideranças, colaboradores, clientes, consumidores, fornecedores, parceiros e comunidades.
ESG automotivo
A cadeia automotiva nacional ganhou uma ferramenta para buscar e implantar soluções que atendam a agenda ESG. A iniciativa foi criada pelo Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), que estima atender 800 mil empresas, entre montadoras, fabricantes de peças, oficinas e concessionárias. Depois de um test-drive na Hyundai e experiências em 97 empresas, a organização criou uma trilha de sustentabilidade. A ideia é que os elementos funcionem como um guia para o desenvolvimento de práticas ESG no mercado automotivo brasileiro.
ESG automotivo
O IAQ informa que para apoiar o setor automotivo nas práticas ESG, fez a adesão a acordos nacionais e internacionais que tratam de sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa. “As práticas ESG são essenciais para os negócios que buscam expansão, reconhecimento no mercado e melhoria na sua relação com seus stakeholders”, explica o superintendente do Instituto, Alexandre Xavier. “O IQA vai apoiar a empresa em toda jornada ESG”, acrescenta ele, citando a identificação de questões internas, qualificação para estratégias e mitigação de riscos, elaboração de relatório e mensuração dos resultados.
Economia circular?
Uma pesquisa nacional sobre economia circular, realizada pela GetApp, uma plataforma de comparação de softwares, revela que apenas 13% dos entrevistados sabem exatamente o que é economia circular. Foram ouvidas 1.034 pessoas de todas as regiões brasileiras. O Brasil é o quinto maior gerador de lixo eletrônico do mundo e cerca de 4% dos materiais recicláveis são reaproveitados no país.
Concessão florestal (I)
A Câmara dos Deputados aprovou em 30 de março a Medida Provisória 1151/22, que muda regras da lei de que trata das florestas concedidas pela União ao setor privado. O texto libera atividades não madeireiras, incluindo o aproveitamento e comercialização de créditos de carbono. A iniciativa permite ainda o acesso ao patrimônio genético para pesquisa e desenvolvimento, além da bioprospecção para a exploração de recursos pesqueiros ou da fauna silvestre. Para virar lei, a proposição precisa ser aprovada pelo Senado.
Concessão florestal (II)
O Brasil tem 21 áreas florestais concedidas. São pouco mais de 1 milhão de hectares localizados dentro de unidades federais de conservação nos estados de Rondônia, Pará e Amapá. As áreas são do Serviço Florestal Brasileiro, que é responsável pelas concessões. As empresas podem explorar o potencial madeireiro das florestas, mas para isso precisam executar um plano de manejo, de forma que o corte tenha o mínimo impacto sobre espécies nativas. Para realizar a operação também é necessário fazer um inventário que indique os tipos de árvores e a densidade florestal da área explorada.
Concessão florestal (III)
Apesar da crítica de organismos ambientais e do voto contrário de partidos mais à esquerda, o projeto aprovado na Câmara dos Deputados teve apoio do governo federal e sua base parlamentar. Entre as justificativas para a aprovação da proposta estão a redução do desmatamento ilegal e maior segurança na preservação de áreas públicas. Ao liberar novas fontes de receita para os concessionários, o projeto também visa dar melhores condições para o desenvolvimento socioeconômico sustentável das localidades onde as florestas estão situadas.
Paraná solar (I)
A Copel informou que sua rede contava em fevereiro com 22.790 conexões de geradores de energia instalados em propriedades rurais, contra 5.558 unidades ativas em 2021. Segundo a empresa, uma das razões para o salto é o programa RenovaPR, que financia a instalação de estruturas de geração distribuída no campo. A energia solar responde por 99% da expansão registrada.
Paraná solar (II)
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que o Paraná tem 159.701 conexões de geração distribuída ativas, com um crescimento de mais de 90% em quatro anos. Praticamente todo este potencial sai de placas solares. O Estado é o quarto maior gerador de energia solar do Brasil, atrás de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, conforme a Associação Brasileira de Energia Solar.
(Foto: Mark Fletcher-Brown/Unsplash)
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