O Parlamento Europeu aprovou na semana passada mais um conjunto de normas que obrigam empresas a fornecer informações confiáveis de atividades que tenham reflexo sobre o tripé da sustentabilidade – ambiental, econômico e social. A nova Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD), que ainda vai passar pelo conselho da União Europeia (UE), atinge 50 mil empresas – contra 11,7 mil incluídas nas diretrizes atuais.
Sustentabilidade europeia (I)
A CSRD amplia requisitos e introduz mais detalhamentos em relatórios sobre o impacto das empresas no meio ambiente, direitos humanos e padrões sociais, com base em critérios comuns e de acordo com as metas climáticas da UE. Além de diagnósticos próprios, as empresas deverão apresentar um documento auditado por uma companhia independente. A regra é para dificultar a prática do greenwashing – ou maquiagem de dados.
Sustentabilidade europeia (II)
A iniciativa deve fortalecer adoção da agenda ESG nas corporações que operam no bloco europeu – tendo ou não ações negociadas em bolsa. O calendário para a implementação da CSRD prevê que as normas devem ser adotadas em 2024 em negócios que tenham mais de 500 funcionários. Quem emprega mais de 250 trabalhadores ou fatura até 40 milhões de euros por ano precisa se adaptar até 2025. As pequenas e médias empresas (PMEs) precisam internalizar o processo até 2026 e têm até 2028 para produzir relatórios.
Elétrico barato? (I)
A Chevrolet criou uma bateria que vai custar 40% menos que os componentes disponíveis atualmente. Com o uso da tecnologia Ultium, a multinacional espera oferecer, ainda nesta década, veículos elétricos (EVs) com preços compatíveis aos de automóveis similares com motores a combustão. A nova geração de baterias vai equipar o SUV Blazer EV da marca, que tem autonomia para rodar 530 quilômetros e potência de 564 cv.
Elétrico barato? (II)
A Volvo também segue a lógica da redução de custos de produção para baratear seus modelos EVs. A marca sueca informa que a partir de 2025 já será possível equiparar os preços com os veículos movidos a combustível fóssil. Além do avanço tecnológico, que torna as baterias mais baratas, a queda no valor dos elétricos vai ocorrer pelo aumento da escala de produção. As vendas no segmento animam as montadoras. No primeiro semestre de 2022, o mercado global de EVs cresceu 75% em relação ao mesmo período de 2021.
Mineração marinha (I)
Um dos principais desafios para a produção de veículos elétricos em larga escala é encontrar minério suficiente para a produção de baterias mais eficientes. O mar profundo pode ser a próxima fronteira de exploração. Uma rocha já conhecida há mais de um século é o objeto de desejo de muitas companhias mineradoras. Conhecidas como nódulos, as rochas polimetálicas são compostas de materiais largamente utilizados na produção de baterias, como sulfato de níquel, sulfato de cobalto, cobre e manganês.
Mineração marinha (II)
Um relatório publicado em 2020 pela revista científica Nature informa a existência de 270 milhões de toneladas em reservas de níquel em uma área do Oceano Pacífico conhecida como Zona Clarion-Clipperton, que abrange a costa mexicana e o Havaí. As reservas de cobalto são ainda mais expressivas. A estimativa é que haja um depósito cinco vezes maior do que o encontrado em terra firme.
Mineração marinha (III)
A existência de reservas de rocha polimetálicas é uma boa notícia para a indústria, mas os desafios da exploração são enormes. As profundidades onde as reservas estão localizadas são abissais e a retirada demanda grandes investimentos. A exemplo do petróleo do pré-sal, este obstáculo pode ser superado. Difícil será vencer a resistência ambiental, uma vez que a mineração pode degradar imensas áreas do fundo do mar, com consequências difíceis de serem medidas em razão do pouco conhecimento da dinâmica da vida marinha existente.
Indústria e sustentabilidade (I)
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informa que seis em cada dez empresas do setor têm uma área ou departamento dedicado ao tema sustentabilidade. O número quase dobrou em relação ao ano passado, quando 34% das indústrias brasileiras afirmaram ter esse cuidado. Divulgada na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), que está sendo realizada no Egito, a pesquisa revela que subiu de 26% para 45% a proporção de empresas que exigem certificados ambientais de fornecedores e parceiros na hora de fechar um contrato, enquanto 52% tiveram de comprovar ações sustentáveis para fechar negócios.
Indústria e sustentabilidade (II)
A pesquisa realizada pela CNI em parceria com o Instituto FSB mostra que para 35% dos entrevistados houve aumento da consciência ambiental e os consumidores atribuem peso alto ou muito alto a critérios ambientais na hora da compra. A pesquisa também informa que 69% das empresas pretendem aumentar os investimentos em ações de sustentabilidade nos próximos dois anos, contra 63% em 2021. Nos últimos 12 meses, 50% das indústrias aumentaram os recursos empregados na área.
Indústria e sustentabilidade (III)
Na opinião dos empresários, a perspectiva de economizar no futuro e de melhorar a posição perante os concorrentes são os principais fatores que levam ao investimento em sustentabilidade. A redução de custos foi citada por 41%, enquanto o aumento da competitividade e o atendimento das exigências regulatórias foram citados por 30% das indústrias. Em relação aos obstáculos para a adoção de ações de sustentabilidade, 50% dos entrevistados citaram a falta de incentivos do governo.
Foto: Guillaume Périgois/Unsplash